Dólar tem leves oscilações com exterior e atuação do BC
Às 10:32, o dólar recuava 0,06 por cento, a 3,6425 reais na venda, depois de recuar 2,54 por cento nos dois últimos pregões
Reuters
Publicado em 23 de maio de 2018 às 09h37.
Última atualização em 23 de maio de 2018 às 10h49.
São Paulo - O dólar tinha leves variações ante o real, depois de chegar a subir quase 1 por cento logo após a abertura dos negócios desta quarta-feira, em meio à maior aversão ao risco no exterior com renovados temores sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos e preocupações com a Turquia.
O movimento de alta, no entanto, era suavizado pela atuação mais forte do Banco Central brasileiro no mercado cambial nos últimos dias.
Às 10:32, o dólar recuava 0,06 por cento, a 3,6425 reais na venda, depois de recuar 2,54 por cento nos dois últimos pregões e ir abaixo do patamar de 3,65 reais.
Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a 3,6798 reais. O dólar futuro recuava cerca de 0,20 por cento.
"A Turquia preocupa porque é emergente e um destino de investimentos comparável com o Brasil. Sempre existe temor de contágio, de respingo", afirmou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer.
A lira turca tem despencado frente ao dólar com os investidores temerosos com as sinalizações de que o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, quer influenciar a política monetária do país.
Nesta sessão, o dólar saltava cerca de 4 por cento frente à divisa turca. O movimento aumentou as expectativas de que o banco central do país possa ser forçado a convocar uma reunião extraordinária para elevar a taxa de juros antes de seu próximo encontro, em 7 de junho.
O dólar também subia ante uma cesta de moedas e outras divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Os mercados voltaram a ficar apreensivos de que os Estados Unidos e a China possam iniciar uma guerra comercial, após o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmar que está insatisfeito com as negociações comerciais com a China.
Na véspera, uma das razões para o otimismo dos investidores foi justamente a perspectiva de que os dois países estivessem próximos de um acordo que evitasse eventual guerra comercial.
Ainda no exterior, os investidores estavam à espera da ata do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que pode trazer pistas sobre a trajetória de juros no país. O documento será divulgado às 15:00 (horário de Brasília).
De modo geral, os mercados vinham tomando posições defensivas diante das perspectivas de que o Fed possa elevar os juros mais do que o esperado neste ano, movimento que teria potencial para afetar o fluxo global de capitais.
A pressão de alta vinda de fora era aliviada pela ação mais intensa do BC brasileiro, por meio de ofertas de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.
Nesta sessão, já vendeu o volume integral de até 15 mil novos contratos, totalizando 3,5 bilhões de dólares desde a semana passada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.
O BC também fará leilão de até 4.225 swaps cambiais tradicionais para rolagem do vencimento de junho. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.