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Dólar sobe a R$ 1,722; clima externo alimenta cautela

Por Cristina Canas São Paulo - O dólar comercial iniciou a sexta-feira em alta de 0,29%, negociado a R$ 1,722 no mercado interbancário de câmbio. O encontro de líderes do G-20 em Seul sai de cena sem apresentar novidades concretas para acabar com a guerra cambial nem mesmo para controlá-la e deixa muitos decepcionados, embora […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2010 às 09h09.

Por Cristina Canas

São Paulo - O dólar comercial iniciou a sexta-feira em alta de 0,29%, negociado a R$ 1,722 no mercado interbancário de câmbio. O encontro de líderes do G-20 em Seul sai de cena sem apresentar novidades concretas para acabar com a guerra cambial nem mesmo para controlá-la e deixa muitos decepcionados, embora esse já fosse o desfecho esperado para a reunião na Coreia do Sul. O comunicado do encontro diz que o sistema cambial deve ser determinado pelo mercado e que é necessário evitar a desvalorização competitiva das moedas. Também há a determinação para que o grupo desenvolva indicadores para medir os desequilíbrios econômicos, mas a concretização ficou para 2011.

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Ainda assim, para o Brasil, parece que o encontro não foi totalmente inócuo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, traz na bagagem o aval internacional para que medidas mais drásticas de controle de câmbio sejam adotadas, se necessário, já que o G-20 considera a possibilidade de adoção de "medidas macroprudenciais cuidadosas" por parte daqueles países que desejam evitar problemas cambiais a partir do forte ingresso de recursos externos decorrente dos ajustes globais. Esse é um motivo a colaborar na sustentação do valor do dólar ante o real, na abertura de hoje.

Nesta semana, o mesmo aval tinha sido dado pelo FMI, na boca do diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental, Nicolás Eyzaguirre, durante evento em São Paulo. E é bom ressaltar que o organismo ficou responsável por comandar as definições sobre a avaliação das políticas cambial, monetária e fiscal dos países do G-20, embora ainda falte definir quais são os indicadores a serem considerados nesse processo. As discordâncias sobre os parâmetros para a avaliação são grandes, principalmente entre a China, os EUA e a Alemanha.

Aqui, além da certeza que o mercado já tinha de que o governo poderia adotar novas medidas cambiais, pesam as declarações da presidente eleita, Dilma Rousseff, de que o câmbio valorizado é ruim e que "vamos ter de olhar cuidadosamente, tomar as medidas possíveis". "O mercado segue cauteloso, acreditando que o momento é de diminuir posições vendidas em dólar", diz um operador.

No mesmo sentido influencia o ambiente europeu, onde os temores em relações às dívidas soberanas prejudica os ativos da região. Hoje, o mercado foi tomado por rumores de que a União Europeia preparava um fundo de resgate de 80 bilhões de euros para a Irlanda e isso chegou a animar os investidores, mas o desmentido do Ministério de Finanças da Irlanda voltou a piorar o clima. Ainda assim, o euro, que foi à mínima de US$ 1,3574, voltava a valores próximos a US$ 1,37 por volta das 10 horas.

O ambiente de cautela possui ainda como pano de fundo a situação da China, que continua tomando medidas para controlar atividade e inflação. Hoje, o gigante asiático tomou medidas para limitar os investimentos de estrangeiros no setor imobiliário.

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