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Dólar sobe 1% e se aproxima de R$3,15 com temor sobre Previdência

O governo cedeu à pressão da oposição e concordou em adiar a votação da reforma da Previdência na comissão especial para o início de maio

Dólar: "Provavelmente está caindo a ficha do mercado. Serão duas semanas de intensas negociações" (Getty Images/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 19 de abril de 2017 às 17h54.

São Paulo - O dólar fechou com alta de 1 por cento nesta quarta-feira, chegando perto do patamar de 3,15 reais, com os investidores cautelosos diante da cena política e possíveis dificuldades que o governo do presidente Michel Temer terá para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional.

O dólar avançou 1,09 por cento, a 3,1472 reais na venda, depois de ter batido a máxima a 3,1490 reais no dia. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,25 por cento no final da tarde.

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"Provavelmente está caindo a ficha do mercado. Serão duas semanas de intensas negociações", comentou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti.

O governo cedeu à pressão da oposição e concordou em adiar a votação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados para o início de maio, depois de ter colocado como objetivo começar a apreciação já na semana que vem.

A reforma da Previdência é considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem.

Na véspera, o governo já havia aceitado modificar pontos importantes do texto original, como idade mínima de aposentadoria para mulheres, para tentar garantir a votação da matéria.

O humor dos investidores já havia sido atingido após o governo, na noite passada, ser derrotado na votação de urgência para a reforma trabalhista na Câmara dos Deputados, considerado um "mau sinal" dentro do próprio Palácio do Planalto.

"A derrota no pedido de urgência da reforma trabalhista, que é um projeto mais popular, indica que o governo vai ter que se mobilizar ainda mais", comentou mais cedo um profissional da mesa de uma corretora local.

Especialistas consultados pela Reuters avaliaram que as mudanças ao texto do governo devem fazer com que os gastos com aposentadorias e pensões continuem crescendo em ritmo acelerado nas próximas duas décadas e fazer com que o teto dos gastos públicos perca eficácia já em 2026.

A expectativa é de que a cautela predomine nos negócios nos próximos dias, com o mercado sensível ao noticiário sobre a Previdência e diante de mais um feriado que deixará o mercado doméstico fechado na sexta-feira.

O Banco Central vendeu, pelo terceiro dia seguido, mais um lote de 16 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem do vencimento de maio. Dessa forma, já rolou 2,4 bilhões de dólares do total de 6,389 bilhões de dólares.

O dólar também ganhou tração ante o real influenciado pelo cenário externo. Frente a uma cesta de moedas, o dólar atingiu a máxima da sessão após o Parlamento britânico ter aprovado eleição antecipada, convocada pela premiê Theresa May, para que fortaleça a posição do governo no processo de saída do país a União Europeia.

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