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Dólar sobe 0,3% impulsionado por dados positivos nos EUA

As vendas no varejo nos Estados Unidos subiram 0,8% em julho em relação ao mês anterior, a primeira alta em quatro meses

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2012 às 11h59.

São Paulo - Dados positivos de vendas varejistas nos Estados Unidos davam força à moeda norte-americana, que registrava alta ante o real nesta terça-feira, uma vez que os números acima das expectativas alimentavam perspectivas de recuperação da maior economia do mundo.

Às 11h40, o dólar avançava 0,38 por cento, para 2,0286 reais na venda. O euro, por sua vez, anulou os ganhos em relação à moeda dos Estados Unidos após a divulgação dos dados e rondava a estabilidade.

As vendas no varejo nos Estados Unidos subiram 0,8 por cento em julho em relação ao mês anterior, a primeira alta em quatro meses, num sinal de que os consumidores do país poderão levar a um crescimento econômico mais rápido no terceiro trimestre.

Economistas esperavam que as vendas tivessem alta de 0,3 por cento no período.

"Indicadores econômicos na zona do euro e nos Estados Unidos vieram melhores do que o mercado esperava, e o movimento do câmbio foi intensificado pelos dados de vendas no varejo", afirmou o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.

"Esse dado dá uma perspectiva mais otimista em relação à retomada do crescimento nos Estados Unidos e fortalece a expectativa de um dólar mais forte", acrescentou.

Esse resultado pode diminuir um pouco as esperanças de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, pode lançar em breve outro programa de compra de títulos para ajudar a impulsionar a economia. Uma outra rodada de "quantitative easing" injetaria liquidez nos mercados financeiros, e parte desses fluxos poderia se dirigir a mercados emergentes como o Brasil, puxando o dólar para baixo.

Mais cedo, a zona do euro reportou retração de 0,2 por cento no segundo trimestre, mas os resultados da atividade econômica da Alemanha e da França vieram pouco acima das previsões.

Enquanto a maior economia do bloco monetário expandiu 0,3 por cento, a atividade na França ficou estagnada pelo terceiro trimestre consecutivo.


Embora tais resultados, somados a outros dados divulgados nas últimas semanas, ainda evidenciem fraqueza da retomada do crescimento global, a falta de notícias muito negativas está sustentando certo otimismo nos mercados, segundo o operador de câmbio da Intercam Corretora Glauber Romano.

"O mercado está nessa banda de 2,02 (reais), 2,03 há um bom tempo. A falta de notícias negativas tem sustentado essa estabilidade", disse o operador.

"Enquanto estivermos sem notícias concretas em relação à Europa, sobre o que o Banco Central Europeu de fato vai fazer em relação aos títulos espanhóis e italianos, o dólar tende a ficar de lado", emendou.

O presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou neste mês que o banco central pode intervir no mercado de títulos para reduzir os custos de empréstimos de Itália e Espanha se esses países pedirem primeiro por ajuda similar aos fundos de resgate da zona do euro.

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