Dólar salta quase 2,5% e encosta em R$3,30 com BC e Trump
Às 10:40, o dólar avançava 2,40 por cento, a 3,2865 reais na venda, depois de ter batido 3,3014 reais na máxima do pregão
Reuters
Publicado em 10 de novembro de 2016 às 11h21.
São Paulo - O dólar disparava nesta quinta-feira, encostando em 3,30 reais, após o Banco Central suspender suas intervenções por meio de leilões de swaps reversos e com os investidores ainda mostrando temor após a vitória do republicano Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos, o que pressionava moedas de outros países emergentes também.
Às 10:40, o dólar avançava 2,40 por cento, a 3,2865 reais na venda, depois de ter batido 3,3014 reais na máxima do pregão, maior patamar intradia desde 16 de setembro (3,3186 reais). O dólar futuro operava com alta de quase 1,3 por cento.
"O mercado não sabe até quando o BC não fará leilões de swap reverso e já está procurando 'hedge', antecipando uma ausência futura", explicou o superintendente da Corre parti Corretora, Ricardo Gomos da Silva.
Na noite passada, o BC anunciou que interrompeu a oferta de leilões quase diários de swaps cambiais reversos, equivalentes à compra futura de dólares. O objetivo é "acompanhar e avaliar as atuais condições de mercado" após a inesperada vitória de Trump.
Segundo dados do BC, há 6,491 bilhões de dólares em contratos de swap tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- que vencem em 1º de dezembro e que, se o BC mantivesse o movimento até então, poderiam ser anulados se os leilões de reversos fossem mantidos neste mês.
"É um volume considerável", comentou o operador da corretora H.comm cor, Clube Ales Machado, lembrando que o estoque total de swaps tradicionais equivale a 24,106 bilhões de dólares.
Em outubro, o BC anunciou que não anularia integralmente os contratos que venceram em 1º de novembro, o que também gerou pressão altista sobre a moeda norte-americana.
No exterior, os investidores ainda pressionavam as moedas emergentes, como o peso mexicano, após a vitória de Trump à Presidência dos Estados Unidos que, apesar de ter adotado um tom mais conciliador em seu discurso após as eleições, ainda gerava cautela nos mercados.