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Dólar salta 3% e vai a R$ 3,76 por notícias sobre Lula

Para investidores, possibilidade de que o ex-presidente assuma ministério no governo de Dilma poderia postergar eventual impeachment da atual presidente

Dólar: alta de mais de 3 por cento foi a maior desde 25 de outubro do mês passado, quando a moeda tinha subido 3,58 por cento. (Andrew Harrer/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de março de 2016 às 17h31.

São Paulo - O dólar fechou em alta de 3 por cento nesta terça-feira, saltando mais de 10 centavos para voltar à casa de 3,76 reais, reagindo a notícias de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria aceitado se tornar ministro, o que operadores entendem que poderia postergar ou reduzir as chances de eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff .

O dólar avançou 3,03 por cento, a 3,7630 reais na venda, a maior alta desde 13 de outubro de 2015 (3,58 por cento). A moeda norte-americana atingiu 3,7811 reais na máxima da sessão.

O dólar acumulou alta de 4,79 por cento só nesta semana, diante do novo cenário político, sendo que havia despencado 10,30 por cento neste mês até o fim da semana passada.

"Se o governo der uma guinada populista agora, o país vai piorar cada vez mais rápido", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho, acrescentando que a possível volta de Lula para o governo "reduz a chance de impeachment e prolonga a discussão. É a última cartada".

Lula substituirá Ricardo Berzoini na Secretaria do Governo, mas com mais poderes, informou à Reuters uma fonte do Palácio do Planalto. O ex-presidente reúne-se, em Brasília, com Dilma para ter uma última conversa e acertar o formato do trabalho que fará no governo.

Lula ficaria encarregado das relações políticas, no momento em que o PMDB, principal partido da base aliada, dá sinais de que pretende se afastar do governo, com alguns membros do partido apoiando o processo de impeachment de Dilma.

A perspectiva de mudança no governo agrada muitos investidores, que acreditam que o movimento pode ajudar a pavimentar o caminho para a recuperação da economia brasileira. Alguns ressaltam, porém, que o quadro de incertezas serve de entrave para o reequilíbrio econômico.

O desagrado no mercado com a perspectiva de Lula voltar ao Planalto perdurou mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (MS).

No documento, o ex-líder do governo no Senado acusa o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de oferecer dinheiro e ajuda a Delcídio para que não fizesse a delação.

"A delação do Delcídio ficou um pouco de escanteio. O foco hoje foi Lula", disse o operador da corretora Renascença Thiago Castellan Castro.

Analistas da consultoria política Eurasia Group mantiveram a chance de Dilma não concluir seu mandato em 65 por cento, mesmo após as notícias sobre Lula.

Nesta sessão, a alta do dólar frente ao real veio também em linha com os mercados externos, onde predominava a aversão a ativos de maior risco.

A queda dos preços do petróleo --reflexo de preocupações com as perspectivas para a oferta-- e a decepção com a falta de novos estímulos pelo banco central do Japão mantiveram o ambiente de apreensão.

O Federal Reserve, banco central norte-americano, anuncia sua decisão sobre os juros na quarta-feira. Espera-se que o Fed mantenha as taxas, mas o comunicado será monitorado de perto em busca de pistas sobre sua estratégia para quando voltará a elevar as taxas.

Nesta manhã, o Banco Central realizou mais um leilão de rolagem dos swaps com venda integral dos 9,6 mil contratos que vencem em abril. Até o momento, o BC já rolou 5,067 bilhões de dólares, ou cerca de metade do lote total para abril, que equivale a 10,092 bilhões de dólares.

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O dólar acumulou alta de 4,79 por cento só nesta semana, diante do novo cenário político, sendo que havia despencado 10,30 por cento neste mês até o fim da semana passada.

"Se o governo der uma guinada populista agora, o país vai piorar cada vez mais rápido", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho, acrescentando que a possível volta de Lula para o governo "reduz a chance de impeachment e prolonga a discussão. É a última cartada".

Lula substituirá Ricardo Berzoini na Secretaria do Governo, mas com mais poderes, informou à Reuters uma fonte do Palácio do Planalto. O ex-presidente reúne-se, em Brasília, com Dilma para ter uma última conversa e acertar o formato do trabalho que fará no governo.

Lula ficaria encarregado das relações políticas, no momento em que o PMDB, principal partido da base aliada, dá sinais de que pretende se afastar do governo, com alguns membros do partido apoiando o processo de impeachment de Dilma.

A perspectiva de mudança no governo agrada muitos investidores, que acreditam que o movimento pode ajudar a pavimentar o caminho para a recuperação da economia brasileira. Alguns ressaltam, porém, que o quadro de incertezas serve de entrave para o reequilíbrio econômico.

O desagrado no mercado com a perspectiva de Lula voltar ao Planalto perdurou mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (MS).

No documento, o ex-líder do governo no Senado acusa o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de oferecer dinheiro e ajuda a Delcídio para que não fizesse a delação.

"A delação do Delcídio ficou um pouco de escanteio. O foco hoje foi Lula", disse o operador da corretora Renascença Thiago Castellan Castro.

Analistas da consultoria política Eurasia Group mantiveram a chance de Dilma não concluir seu mandato em 65 por cento, mesmo após as notícias sobre Lula.

Nesta sessão, a alta do dólar frente ao real veio também em linha com os mercados externos, onde predominava a aversão a ativos de maior risco.

A queda dos preços do petróleo --reflexo de preocupações com as perspectivas para a oferta-- e a decepção com a falta de novos estímulos pelo banco central do Japão mantiveram o ambiente de apreensão.

O Federal Reserve, banco central norte-americano, anuncia sua decisão sobre os juros na quarta-feira. Espera-se que o Fed mantenha as taxas, mas o comunicado será monitorado de perto em busca de pistas sobre sua estratégia para quando voltará a elevar as taxas.

Nesta manhã, o Banco Central realizou mais um leilão de rolagem dos swaps com venda integral dos 9,6 mil contratos que vencem em abril. Até o momento, o BC já rolou 5,067 bilhões de dólares, ou cerca de metade do lote total para abril, que equivale a 10,092 bilhões de dólares.

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