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Dólar fecha em queda e interrompe sequência de altas

Dados de pedidos de seguro desemprego ficam acima das expectativas, mas vendas de casas novas saem melhores do que o esperado

Dólar: moeda americana vinha de 4 altas consecutivas (Getty Images/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 24 de setembro de 2020 às 09h18.

Última atualização em 24 de setembro de 2020 às 17h46.

O dólar caiu 1,4% nesta quinta-feira, 24, e encerrou sendo negociado a 5,51 reais na venda, pondo fim a sequência altas consecutivas, que levaram a moeda americana a ter apreciação de 6,8% em quatro pregões.

"Subiu muito nos últimos dias, então, com essa apaziguada do cenário externo, há alguma realização de lucros. É um movimento bem técnico do mercado", comenta Pedro Lang, diretor de renda variável da Valor Investimentos.

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No radar dos investidores estiveram dados econômicos dos Estados Unidos e a revisão do PIB Brasileiro pelo Banco Central que passou de queda de 6,4% para 5%.

Divulgados semanalmente, os pedidos de seguro desemprego ficaram em 870.000, acima dos 840.000 previstos.  Os pedidos também superaram os registrados na semana passada, que foram revisados de 860.000 para 866.000. Logo após a divulgação dos números, o dólar chegou a operar no campo positivo no Brasil, mas logo perdeu o ímpeto de alta, com os dados do mercado imobiliário americano, que vieram muito melhores do que as expectativas. Referentes ao mês de agosto, as vendas de casas novas tiveram alta mensal de 4,8%, ante projeções de queda de 0,1%. No mês, o número de vendas foi de 1,011 milhão.

“Se não tiver nada negativo, a tendência é o dólar perder força contra o real. Todo mundo sabe que o preço do dólar está exagerado aqui”, comenta Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.

No exterior, a moeda americana segue em trajetória alta contra as principais divisas emergentes, com exceção da lira, que se valoriza após o governo turco elevar os juros para conter a inflação.

“Essa elevação de juros na Turquia acende um sinal de alerta de que as economias emergentes não conseguem ficar com juros baixos por muito tempo”, comente Nagem.

No Brasil, os recentes dados de inflação também voltaram a ganhar destaque no mercado, com os recentes indicadores superando as estimativas do mercado. Ainda que os investidores descartem um alta da taxa de juros Selic para este ano, há expectativa para de aumento a partir do ano que vem.

Nesta quinta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que está em "absoluta tranquilidade" com inflação brasileira e disse que a situação é pontual. "Não entendemos que esses reajustes recentes vão contaminar as inflações futuras", disse.

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