São Paulo - O dólar mostrava estabilidade nesta sexta-feira, mantendo-se acima de 1,61 real, com investidores atentos à cautela no mercado internacional e à perspectiva de entrada de capitais no país.

Às 10h59, a moeda norte-americana tinha variação nula, a 1,617 real.

No exterior, predominava um clima de aversão ao risco, com queda das bolsas de valores norte-americanas e valorização do dólar em relação às principais divisas. A preocupação com a zona do euro ainda era o maior foco de atenção do mercado, em meio a dúvidas sobre a ajuda à Grécia e ao aumento da temperatura política antes de eleições regionais na Espanha.

No Brasil, porém, o mercado tem convivido com o constante ingresso de dólares. Na quinta-feira, foi a vez de a OGX organizar a emissão de 2 bilhões de dólares em notas de 7 anos no mercado internacional. Dados do Banco Central divulgados na quarta-feira mostraram a entrada líquida de 8,809 bilhões de dólares nas duas primeiras semanas de maio. O saldo positivo se dividiu entre operações comerciais e financeiras. A entrada mais intensa de dólares coincide com uma atuação mais branda do Banco Central. Nos últimos dois dias, a autoridade monetária fez apenas um leilão de compra de dólares por sessão no mercado à vista.

"(O governo) não deve adotar nenhuma medida para conter o dólar ou tentar defender esse patamar de 1,60 (real). Esse é o próximo nível a ser rompido", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe da CM Capital Markets.

"A gente somente deve ver o anúncio de novas medidas para frear a valorização do real quando a moeda começar a se aproximar de 1,55. A expectativa nossa é de que a moeda nas próximas semanas já esteja oscilando entre 1,55 e 1,60 (real)", completou.