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Dólar fecha acima de R$4 e Ibovespa tem forte queda

Dólar à vista fechou em alta de 1,01%, a R$ 4,0366 na venda e Ibovespa caiu 1,75%, a 90.024,47 pontos

Real teve o pior desempenho entre 33 pares do dólar (Thomas Trutschel/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 16 de maio de 2019 às 17h40.

São Paulo — Uma série de ordens para zerar perdas catapultou o dólar para cima dos R$ 4 nesta quinta-feira (16), no maior patamar desde antes do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, em meio à piora no clima político local.

A divisa doméstica teve o pior desempenho entre 33 pares do dólar. O dólar à vista fechou em alta de 1,01%, a R$ 4,0366 na venda.

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É o maior nível de fechamento desde 28 de setembro passado, quando terminou em R$ 4,0371. Na máxima desta quinta, a cotação bateu R$ 4,0425, com valorização de 1,16%. Na B3, o dólar futuro subia 0,85%, a R$ 4,0420.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em forte queda nesta quinta-feira, quase perdendo o nível de 90 mil pontos e descolado de bolsas no exterior. O movimento foi pressionado por ruídos políticos que alimentaram preocupações sobre a tramitação da reforma da Previdência, em um ambiente com atividade econômica já debilitada no país.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,75 por cento, a 90.024,47 pontos, fechando no menor nível do ano. O volume financeiro somou 17,3 bilhões de reais.

Investidores já começam a enxergar potenciais novos atrasos no andamento da reforma da Previdência diante de investigações envolvendo pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro e protestos em várias cidades do país na véspera contra bloqueio de recursos para a educação.

"Isso tumultua o processo", afirmou o chefe da mesa de renda variável do BTG Pactual digital, Jerson Zanlorenzi. No entanto, ele não observou ainda nenhum evento que considere um "divisor de águas", capaz de dizimar expectativas de aprovação da reforma, que a equipe do banco espera para julho.

Zanlorenzi chamou a atenção para o efeito negativo na economia decorrente desse atraso. "Os empresários estão receosos de tomar risco", afirmou.

A pauta macroeconômica tem desapontado sucessivamente, com o dado mais recente, o IBC-BR do Banco Central, espécie de sinalizador do PIB, mostrando retração no primeiro trimestre do ano, enquanto economistas têm cortado seguidamente as projeções para o crescimento em 2019.

O cenário externo também se complicou, conforme a reviravolta nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China adicionou temores sobre os potenciais efeitos no ritmo da economia global, que também passa por processo de desaceleração.

Nesta quinta-feira, contudo, Wall Street fechou no azul, encontrando suporte em resultados corporativos, notadamente os números do Walmart e da Cisco Systems, além de dados melhores sobre novas moradias nos EUA. O S&P 500 avançou 0,9 por cento.

"As tensões seguem elevadas, e poucos avanços foram feitos desde a semana passada. Enquanto a situação perdurar, a percepção de risco global deve permanecer alta", disse a XP em nota a clientes.

Destaques

- VALE caiu 3,2%, revertendo ganhos de boa parte da sessão quando acompanhou papéis de mineradoras em pregões europeus. A Vale comunicou o Ministério Público de Minas Gerais nesta quinta-feira que o talude de mina em Barão de Cocais pode se romper a partir de domingo, podendo ocasionar a ruptura também da Barragem Sul Superior.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 1,3% e BRADESCO PN perdeu 1,2%, reflexo do sentimento mais negativo no país, com BANCO DO BRASIL cedendo 3,1%.

- PETROBRAS PN encerrou em baixa de 2,4%, mesmo com a elevação dos preços do petróleo no mercado internacional, também afetada pelo clima adverso nos negócios.

- EMBRAER caiu 3,9%, no segundo pregão seguido de queda forte, após divulgar na quarta-feira que ampliou o prejuízo no primeiro trimestre, reflexo da queda na receita causada por menos entregas de aviões no período.

- GOL recuou 7,4% com alta do dólar frente ao real e delação premiada de sócio da companhia envolvendo pagamento de propinas a políticos. No setor, AZUL caiu 3,8%.

- ULTRAPAR cedeu 4,5%, entre as maiores quedas após mostrar recuo no desempenho operacional no primeiro trimestre, embora o lucro tenha disparado devido à fraca base de comparação e a melhores resultados financeiros.

- MARFRIG saltou 7,9%, após reverter prejuízo e fechar o primeiro trimestre com lucro, apoiada sobretudo em melhores preços nas operações da América do Norte. As ações do setor de proteínas têm se beneficiado de expectativas de demanda maior devido ao surto de febre suína africana na China. JBS subiu 3,1% e BRF avançou 1,7%.

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