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Dólar fecha a R$ 4,18 e bolsa cai na primeira sessão de setembro

Em dia de poucos negócios, prevaleceu a cautela vista em agosto; Ibovespa sofreu pressão dos bancos e da Petrobras

Moeda dos EUA avançou mais de 1% nesta segunda-feira. (Pleasureofart/Getty Images)
TL

Tais Laporta

Publicado em 2 de setembro de 2019 às 17h20.

Última atualização em 2 de setembro de 2019 às 18h44.

Herança de um agosto tenebroso, a cautela prevaleceu na primeira sessão de setembro nos mercados. Foi dia de queda na bolsa brasileira e forte avanço do dólar, apesar do baixo volume de negócios devido ao feriado nos Estados Unidos. Com as bolsas americanas fechadas, os estrangeiros, quase metade dos investidores na B3, ficaram de fora dos negócios.

O dólar comercial avançou 1,00% contra o real, fechando negociado a 4,1834 reais para venda - a maior cotação de 2019 e a segunda da história do Plano Real.

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A moeda continuou pressionada pelas incertezas externas: a dúvida sobre as negociações comerciais entre EUA e China, mais um capítulo de tensão na economia argentina e os desdobramentos do Brexit (saúda do Reino Unido da União Europeia).

Já o Ibovespa fechou em baixa de 0,50%, aos 100.625 pontos, empurrado pelo mau desempenho dos bancos Itaú Unibanco e Bradesco e pela baixa da Petrobras. A estatal sofreu com a queda no preço do petróleo, no dia em que as tarifas sobre produtos chineses e americanos entraram em vigor.

"Quando os mercados nos EUA estão fechados, todo o resto do mundo fica sem um norte, então é normal que haja um certo exagero nas movimentações", disse à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus.

Tarifas, Argentina e Brexit no radar

A falta de indicadores de mercado, como o spread entre os Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) de curto e longo prazo, também trouxe maior incerteza, disse o estrategista de renda-fixa da Coinvalores Paulo Celso Nepomuceno à Reuters. "De um lado, temos uma certa instabilidade sobre as relações EUA e China pesando e, de outro, a falta de indicadores para se apoiar. No caso, o que prevalece é a incerteza".

No domingo, China e os Estados Unidos começaram a impor tarifas extras sobre produtos um do outro, apesar de sinais de que negociações podem ser retomadas em algum momento neste mês. Nesta segunda, a China informou que entrou com um processo contra os EUA junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa de tarifas de importação, mas não divulgou detalhes sobre seu procedimento legal.

Também permaneceu no radar dos investidores a medida de controle de capital imposta pelo governo da Argentina no domingo, numa tentativa de conter a queda livre da moeda que aumenta o risco de default. Nesta segunda-feira, o peso argentino encerrou em alta de 0,88%, a 59 por dólar, em seu primeiro dia de operações após o anúncio das medidas.Mas no mercado paralelo, a moeda caía 1,56%, para 64 por dólar, segundo a Reuters.

No Brasil, os mercados avaliaram ainda a piora na avaliação do governo Bolsonaro, buscando indicações sobre como isso pode afetar a agenda de reformas. A reprovação ao presidente Jair Bolsonaro subiu para 38% em agosto ante 33% em julho, enquanto a aprovação passou de 33% para 29%, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira.

Destaques do dia

ITAÚ UNIBANCO cedeu 1,24%, enquanto BRADESCO caiu 1,03%. Estreante na bolsa, a unit do banco BTG PACTUAL subiu 0,38%. BANCO DO BRASIL perdeu 1,28%.

A mineradora VALE avançou 0,97%, após o futuro do minério de ferro na China saltar 6%, para a máxima de duas semanas. A Moody's mudou a perspectiva para o rating da Vale, de negativa para estável. BRADESPAR, holding que concentra seu investimentos em Vale, subiu 1,09%.

TELEFÔNICA BRASIL subiu 1,23%. A equipe do Safra incluiu a ação na carteira recomendada para setembro, por considerá-la uma boa história para quem procura por dividendos, além da perspectiva de aprovação do projeto, "que deve dar mais flexibilidade para as empresas do setor otimizarem seus investimentos, e por consequência melhorarem rentabilidade."

ULTRAPAR avançou 1,1%, ensaiando recuperação após acumular perda de 16,5% em agosto. PETROBRAS, por sua vez, perdeu 0,17%.

O grupo ressegurador IRB BRASIL ON recuou 3,5%, em sessão de ajustes após forte valorização no mês passado, quando acumulou ganho de 14,2%. Na mesma linha, B3 cedeu 1,92%, após fechar agosto com alta acumulada de 6,2%.

A estatal PETROBRAS perderam 0,78% nas preferenciais e 1,06% nas ordinárias, respectivamente, em sessão de fraqueza dos contratos futuros do petróleo no mercado internacional.

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