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Dólar cede ante real após PEC de gastos passar no Senado

Investidores também aguardavam o desfecho do encontro de política monetária do Federal Reserve

Dólar: no início da sessão, a moeda americana chegou a trabalhar em alta na expectativa pela votação (Adam Gault/Thinkstock/Thinkstock)

Dólar: no início da sessão, a moeda americana chegou a trabalhar em alta na expectativa pela votação (Adam Gault/Thinkstock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 14h25.

São Paulo - O dólar recuava ante o real nesta terça-feira, dando continuidade ao movimento dos últimos seis pregões, com algum fluxo de entrada e após o Senado aprovar a PEC do teto dos gastos.

Os investidores ainda aguardavam o desfecho do encontro de política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano, na quarta-feira.

Às 14:10, o dólar recuava 0,42 por cento, a 3,3314 reais na venda, depois de acumular queda de 3,66 por cento nos seis pregões anteriores e ir abaixo de 3,35 reais. O dólar futuro tinha queda de 0,28 por cento.

A moeda bateu a mínima da sessão, a 3,3175 reais, pouco antes da votação. Na máxima, logo após a abertura, marcou 3,3658 reais.

"O dólar caía com uma expectativa de sucesso na votação da PEC, que foi o que aconteceu. Agora, acho natural haver alguma cautela diante da espera pelo encontro do Fed amanhã. Não seria estranho se a moeda até mesmo voltasse a subir", disse o diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa.

O plenário do Senado aprovou no início desta tarde a PEC do teto dos gastos em segundo turno, por 53 votos favoráveis a 16 contrários. Na votação em 1º turno, foram 61 votos a favor e 14 contra.

No início da sessão, o dólar chegou a trabalhar em alta na expectativa pela votação e acompanhando a valorização da moeda no mercado externo.

"O dólar subiu na abertura de olho no exterior e com algumas compras de importadores. Aí começou a ter algum fluxo de entrada", explicou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Havia bastante expectativa pela votação diante das fortes turbulências políticas que atingiram o governo do presidente Michel Temer.

O cenário político estava mais sensível após o vazamento da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que citou recursos repassados a líderes peemedebistas, incluindo Temer, o ministro Eliseu Padilha, o secretário Moreira Franco, entre outros.

O dólar recuava também nesta sessão pelo leilão de venda de dólares com compromisso de recompra anunciado pelo BC, para esta tarde, de até 4,2 bilhões de dólares para rolagem dos contratos que vencem em janeiro.

"Pode-se ler essa antecipação (da rolagem) como uma forma de prover hedge/liquidez ao mercado em um dia de cautela e tensão com a questão do ajuste fiscal nacional em fase crítica", comentou a corretora H.Commcor em relatório a clientes.

Normalmente, o BC anuncia leilões de linha para rolagem no final do mês. A autoridade monetária encerrou na véspera a rolagem dos swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- de janeiro, de 5 bilhões de dólares.

O próximo lote vence em 1º de fevereiro, correspondente a 6,431 bilhões de dólares. No total, o estoque total de swaps tradicionais está em torno de 26,6 bilhões de dólares, segundo dados do BC.

No cenário externo, o clima também era de cautela com a reunião do Fed, com ampla expectativa de que os juros voltarão a subir. Agora, os investidores querem saber se o banco central norte-americano passará a promover aumentos maiores nas taxas após a eleição de Donald Trump à Presidência do país.

Há temores de que sua política econômica seja inflacionária, o que obrigaria o Fed a ser mais agressivo em sua política de juros.

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