Dólar cai e volta à casa de R$3,30 com fiscal, BC e exterior
Operadores também recebiam bem a definição da meta de déficit primário em 139 bilhões de reais para o governo central em 2017
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2016 às 11h32.
São Paulo - O dólar recuava e voltava ao patamar de 3,30 reais nesta sexta-feira, com investidores exergando na meta fiscal para 2017 um sinal de comprometimento do governo com a austeridade e reagindo à ausência do Banco Central após cinco dias de intervenção no mercado para sustentar as cotações.
O real era de longe a moeda com maior valorização entre os principais mercados emergentes. O apetite por ativos de risco voltava nesta sessão após o mercado de trabalho dos Estados Unidos recuperar com força em junho, mostrando robustez na maior economia do mundo.
Às 11:22, o dólar recuava 1,71 por cento, a 3,3082 reais na venda, após atingir 3,2909 reais na mínima do dia, com queda de mais de 2 por cento. O dólar futuro caía cerca de 1,85 por cento nesta manhã.
"Temos tudo hoje: fiscal, exterior, BC. Tudo colabora para trazer o dólar de volta a esses 3,30 reais", resumiu o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
O governo definiu na quinta-feira meta de déficit primário de 139 bilhões de reais para o governo central em 2017, abaixo do rombo de 170,5 bilhões de reais previsto para este ano.
No entanto, não especificou como vai cumprir o esforço fiscal de 55,4 bilhões de reais necessário para atingir o objetivo.
Preocupações com a possibilidade de o presidente interino Michel Temer se contentar com uma meta pouco ambiciosa haviam contribuído para elevar o dólar frente ao real nas últimas cinco sessões.
A moeda norte-americana foi amparada também pela intervenção do BC, que vendeu em cada um dos dias 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.
Mas a autoridade monetária não anunciou qualquer intervenção para esta sessão, o que contribuía para trazer alívio ao câmbio.
De maneira geral, investidores entendem que o BC quer evitar exageros no mercado e entrou no mercado para reduzir o ritmo de queda do dólar após marcar a maior queda mensal em 13 anos ante o real em junho.
"O BC estava agindo como principal comprador de dólares no mercado brasileiro. Em um dia como hoje, em que tudo aponta para baixo, a ausência do BC chama atenção", resumiu o operador de um banco nacional.
O dólar também perdia valor nos mercados externos após a criação de vagas de trabalho nos EUA avançar mais do que esperado em junho, em mais uma evidência de que a economia recuperou ritmo.
O dado alimentou o apetite por ativos mais arriscados em todo o mundo, com operadores apostando que o Federal Reserve, banco central norte-americano, ainda evitará elevar os juros enquanto avalia as consequências da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia.
Texto atualizado às 11h31
São Paulo - O dólar recuava e voltava ao patamar de 3,30 reais nesta sexta-feira, com investidores exergando na meta fiscal para 2017 um sinal de comprometimento do governo com a austeridade e reagindo à ausência do Banco Central após cinco dias de intervenção no mercado para sustentar as cotações.
O real era de longe a moeda com maior valorização entre os principais mercados emergentes. O apetite por ativos de risco voltava nesta sessão após o mercado de trabalho dos Estados Unidos recuperar com força em junho, mostrando robustez na maior economia do mundo.
Às 11:22, o dólar recuava 1,71 por cento, a 3,3082 reais na venda, após atingir 3,2909 reais na mínima do dia, com queda de mais de 2 por cento. O dólar futuro caía cerca de 1,85 por cento nesta manhã.
"Temos tudo hoje: fiscal, exterior, BC. Tudo colabora para trazer o dólar de volta a esses 3,30 reais", resumiu o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
O governo definiu na quinta-feira meta de déficit primário de 139 bilhões de reais para o governo central em 2017, abaixo do rombo de 170,5 bilhões de reais previsto para este ano.
No entanto, não especificou como vai cumprir o esforço fiscal de 55,4 bilhões de reais necessário para atingir o objetivo.
Preocupações com a possibilidade de o presidente interino Michel Temer se contentar com uma meta pouco ambiciosa haviam contribuído para elevar o dólar frente ao real nas últimas cinco sessões.
A moeda norte-americana foi amparada também pela intervenção do BC, que vendeu em cada um dos dias 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.
Mas a autoridade monetária não anunciou qualquer intervenção para esta sessão, o que contribuía para trazer alívio ao câmbio.
De maneira geral, investidores entendem que o BC quer evitar exageros no mercado e entrou no mercado para reduzir o ritmo de queda do dólar após marcar a maior queda mensal em 13 anos ante o real em junho.
"O BC estava agindo como principal comprador de dólares no mercado brasileiro. Em um dia como hoje, em que tudo aponta para baixo, a ausência do BC chama atenção", resumiu o operador de um banco nacional.
O dólar também perdia valor nos mercados externos após a criação de vagas de trabalho nos EUA avançar mais do que esperado em junho, em mais uma evidência de que a economia recuperou ritmo.
O dado alimentou o apetite por ativos mais arriscados em todo o mundo, com operadores apostando que o Federal Reserve, banco central norte-americano, ainda evitará elevar os juros enquanto avalia as consequências da decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia.
Texto atualizado às 11h31