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Dólar cai mais de 1%, com investidores realizando lucros

Dólar acelerava a queda ante o real nesta quarta-feira, com investidores embolsando lucros, após a moeda dos EUA abrir a sessão em alta


	Dólar: às 12h52, o dólar recuava 1,38%, a R$2,3356 na venda, perto da mínima da sessão de R$2,3350
 (Getty Images)

Dólar: às 12h52, o dólar recuava 1,38%, a R$2,3356 na venda, perto da mínima da sessão de R$2,3350 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 13h01.

São Paulo - O dólar acelerava a queda ante o real nesta quarta-feira, ultrapassando 1 por cento, com investidores embolsando lucros, após a moeda dos Estados Unidos abrir a sessão em alta devido a preocupações com as ameaças de um ataque militar na Síria.

Às 12h52, o dólar recuava 1,38 por cento, a 2,3356 reais na venda, perto da mínima da sessão de 2,3350 reais. O volume de negociação na BM&F era de pouco mais de 600 milhões de dólares.

"A princípio, essa zeragem pode ser um movimento de realização de lucros", afirmou mais cedo o economista chefe da INVX Global, Eduardo Velho, para quem o dólar deve se manter abaixo do patamar de 2,40 reais.

"Hoje, o 2,40 praticamente virou um teto", disse ele.

O Banco Central continuou com sua estratégia de intervenções diárias no mercado de câmbio. Nesta manhã, foram vendidos todos os 10 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalente a venda de dólares no mercado futuro-- com vencimento em 2 de dezembro de 2013. O volume financeiro equivalente da operação foi de 498,2 milhões de dólares.

Segundo o BC, o programa, que foi anunciado na semana passada com o potencial de 60 bilhões de dólares, tem o objetivo de "prover hedge cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado", por meio de swaps cambiais tradicionais e leilões de linha até, pelo menos, 31 de dezembro.

"O BC está administrando a volatilidade para evitar a alta o dólar e tentar controlar o mecanismo de transmissão do câmbio para a inflação. Essa vai ser a túnica até o final do ano", acrescentou Velho, da INVX Global.

O resultado do fluxo cambial mostrou estar havendo saída de recursos no acumulado do mês, puxado pela conta comercial. Na semana passada, houve saída de 2,470 bilhões de dólares, dos quais 1,585 bilhão de dólares da conta comercial e 884 milhões de dólares da conta financeira.


Mais cedo, a moeda chegou a subir quase 1 por cento, atingindo 2,3915 na máxima por tensões com a Síria. Enviados dos Estados Unidos e seus aliados disseram aos rebeldes que combatem o presidente Banhar al-Assad que as potências ocidentais podem atacar a Síria em poucos dias, de acordo com fontes que participaram de um encontro com um grupo rebelde sírio em Istambul.

Na terça-feira, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chucha Hagel, afirmou que o exército norte-americano está pronto para agir imediatamente caso o presidente Barca Obram ordene uma acção contra a Síria em resposta a um ataque com armas químicas.

"Acontece uma aversão ao risco devido a iminência de um ataque à Síria", afirmou o economista chefe da Sul América Investimentos, Neto Rosa.

A possibilidade de intervenção militar na Síria e as incertezas sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos, por sua vez, também corroboravam o viés de alta da moeda dos Estados Unidos, com investidores alimentando expectativas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa começar a reduzir em breve seu programa de estímulos, no valor mensal de 85 bilhões de dólares, diminuindo, assim, a liquidez nos mercados globais.

"O pessoal está na expectativa de quando serão retirados os estímulos norte-americanos, e enquanto essa novela continuar, (o dólar) no curto prazo vai ficar um pouco pressionado", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

Além disso, na sexta-feira, ocorre a formação da PTax do mês de agosto, utilizada como taxa de referência para diversos contratos, o que também pode ajudar a impulsionar a valorização do dólar ante o real durante a semana.

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