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Dólar cai com isenção de IOF no hedge de exportadores

Pela nova regra, os exportadores estão isentos do Imposto sobre Operações Financeiras

Notas de dólar (Getty Images)

Notas de dólar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2012 às 11h14.

São Paulo - A novidade cambial do dia é um esforço do governo para evitar que os exportadores sejam prejudicados pelas medidas que vêm sendo tomadas no sentido de evitar a valorização excessiva do real. Pela nova regra, os exportadores estão isentos do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em operações com derivativos cambiais que somem até 1,2 vezes o volume exportado no ano anterior. O objetivo do governo, explicitado no decreto, é isentar as posições que são montadas com objetivo de proteção cambial (hedge).

A percepção inicial dos operadores é de que a mudança será bem recebida já que simplifica a vida desses participantes do mercado. Além disso, ela pode incrementar os volume de negócios com derivativos, que foi inibido quando o tributo foi instituído. E isso agrada ao mercado como um todo.

Quanto ao impacto na trajetória esperada para o dólar, na manhã desta sexta-feira, a opinião é de que é de queda, mas limitada. O dólar à vista abriu o dia valendo R$ 1,799, com perda de 0,28%. Alguns especialistas acreditam que a influência continuará praticamente imperceptível e que a nova regra não será determinante no rumo dos negócios. Outros avaliam que esse impacto esse inicial perdurará, mas será limitado. "A tendência é de uma queda, mas o próprio mercado tem claro que, se ela for forte haverá intervenção do BC. Por isso, o dólar deve andar mais de lado", disse um desses operadores.

Um terceiro especialista ouvido pela Agência Estado também aposta numa pequena pressão de queda e vai além. Para ele, "será necessário o governo o governo ficar de olho para evitar que surjam novas brechas de arbitragem". Mas isso fica um pouco mais para a frente, segundo ele.

Agora, o mercado espera esclarecimentos sobre a novidade cambial. Às 10h30, um representante da Fazenda dará entrevista coletiva sobre os detalhes.

No exterior, o dólar também está enfraquecido e colabora para acentuar o impacto de queda no dólar da medida que isenta os exportadores. O movimento deve-se à taxa de inflação dos EUA referente a fevereiro, que ficou um pouco abaixo nos níveis que eram esperados pelo mercado. Em tese, isso adia a necessidade de o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, aumentar a taxa de juros, o que enfraquece a moeda. É o melhor dos mundos para a economia norte-americana: sinais de recuperação da atividade em um ambiente de preços sob controle

O euro recebe outra influência positiva. Foi confirmado que a Grécia receberá, na próxima segunda-feira, a primeira parte do empréstimo resultante da reformulação recente da dívida na segunda-feira. Mas ainda temos as preocupações com Portugal, Espanha e Irlanda no radar e a premiê Angela Merkel não está ajudando muito. Esta manhã, ela disse que não há planos para aumentar a capacidade do fundo de auxílio aos países com dificuldade.

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