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Dólar atinge maior nível desde dezembro de 2008

Moeda alcançou maior patamar de fechamento desde 9 de dezembro de 2008, pouco depois do estouro da crise mundial

Dólares: moeda à vista negociada no balcão fechou em alta de 1,53%, aos R$ 2,4510 (Karen Bleier/AFP)
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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 17h15.

São Paulo - Esta segunda-feira, 29, foi marcada por ajustes em todo o mercado financeiro.

Após a pesquisa Datafolha de sexta-feira mostrar fortalecimento de Dilma Rousseff (PT) ante Marina Silva (PSB) na corrida para a Presidência da República, com chances maiores de vitória da petista ainda no primeiro turno, o dólar subiu de forma consistente.

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Tudo porque a perspectiva de vitória de Dilma é mal vista por boa parte do mercado.

Assim, o dólar à vista negociado no balcão fechou acima dos R$ 2,45, em alta de 1,53%, aos R$ 2,4510.

Este é o maior patamar de fechamento desde 9 de dezembro de 2008, pouco depois do estouro da crise mundial, quando marcou R$ 2,4720.

No mercado futuro, a moeda para outubro, que encerra apenas às 18 horas, tinha alta de 1,53%, aos R$ 2,4510.

No início do dia, o dólar chegou a subir a R$ 2,4760 (+2,57%) no balcão, em meio aos ajustes em relação à pesquisa de sexta-feira. N

aquele dia, o dólar havia recuado para R$ 2,4140 (-0,66%), com investidores especulando que o Datafolha poderia ser favorável a Marina - e não a Dilma.

Além disso, havia expectativa de que a edição das revistas semanais no fim de semana pudessem trazer mais detalhes sobre a suposta corrupção na Petrobras e sua relação com partidos da base aliada.

No caso do Datafolha, a pesquisa mostrou que Dilma abriu 13 pontos em relação a Marina Silva no primeiro turno, elevando as chances de definição da disputa sem a necessidade de um segundo turno.

Já a Veja trouxe nova reportagem sobre o suposto escândalo na Petrobras. Só que o maior peso foi dado hoje para a pesquisa eleitoral e os investidores foram em busca de dólares.

Com o dólar oscilando acima dos R$ 2,47 no balcão, houve desaceleração, porque o preço ficou atrativo tanto para exportadores quanto para especuladores interessados em realizar lucros no mercado futuro.

Com isso, houve venda de moeda e o dólar, no balcão, marcou a mínima de R$ 2,4440 (+1,24%) às 14h38.

Naquele momento, as mesas de operação também já tinham, nas telas, comentários do diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton.

Ao falar sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado pela manhã, ele afirmou que "se for necessário e o cenário para a inflação se justificar, certamente o Copom vai nessa direção (alta de juros)".

Além disso, Hamilton afirmou que os movimentos no câmbio são considerados nas projeções da instituição e disse que "temos que ver como isso (a alta recente do dólar) vai evoluir".

Hamilton disse ainda que o BC não questiona o fato de que o câmbio tem repercussão na inflação, mas certamente o repasse do câmbio é bem menor hoje do que era 10, 15 anos atrás.

No exterior, em um ambiente de aversão a ativos de maior risco, os investidores também buscavam dólares em detrimento de outras moedas de países exportadores de commodities. Há pouco, o dólar subia 0,57% ante o dólar canadense e tinha alta de 0,42% ante o peso mexicano.

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