Dólar ainda deve perder força em dezembro e fechar 2023 abaixo de R$ 5, diz BTG Pactual
Redução de riscos fiscais poderia derrubar preço médio da moeda americana no mês para R$ 5,17
Guilherme Guilherme
Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 10h25.
Incertezas fiscais associadas à PEC da Transição e dados mais fortes da atividade econômica ameircana fizeram o dólar iniciar dezembro em alta frente ao real. Até o último pregão, a moeda americana acumulava valorização no mês. A tendência, porém, é o dólar se enfraqueça nas próximas semanas, segundo economistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame).
O BTG espera que a moeda americana termine o ano em R$ 5,20, abaixo da cotação atual, próxima de R$ 5,27. Tudo, porém, deve depender da tramitação da PEC no Congresso. O texto, que prevê um impacto fiscal próximo de R$ 169 bilhões, recebeu o aval da CCJ do Senado e, agora, precisa ser aprovado em dois turnos no Senado e na Câmara.
"Os próximos dias serão de grande importância para a definição da precificação de risco da economia brasileira, mas por enquanto visualizamos a taxa de câmbio encerrando o ano marginalmente abaixo do patamar atual".
Pela projeção alternativa do banco, a moeda americana poderia cair ainda mais, perfazendo um dólar médio de R$ 5,17 para o mês. O movimento, segundo o BTG, seria "explicado por
efeitos sazonais e por possível descompressão de juros a partir de redução do risco fiscal".
Para 2023, o BTG espera que o real se aprecie 6% frente ao dólar, o que levaria a moeda americana para próximo de R$ 4,90.
Mas além das questões fiscais, o banco ressalta que as políticas do Federal Reserve (Fed) podem se mostrar uma barreira para a apreciação do real no ano que vem. Isso porque, segundo o BTG, Federal Reserve deverá subir suas taxas de juros acima do esperado pelo mercado, diante de dados mais fortes para a economia americana.
A expectativa de economistas do banco é de que as taxa de juros do Fed suba do atual patamar entre 3,75% e 4% para entre 5% e 5,25%. A projeção, ressalta o BTG, é "acima dos 4,95% precificado na curva [de juros futura". "Ou seja, há espaço para deterioração do cenário para ativos mais arriscados, o que seria prejudicial para o real."