Dólar ultrapassa R$ 4,55 e bate recorde com possível corte na Selic
Por volta das 14h50, a moeda americana subia 1,04% para 4,558 reais, patamar mais alto da história
Reuters
Publicado em 4 de março de 2020 às 09h32.
Última atualização em 4 de março de 2020 às 15h00.
São Paulo — O dólar continua a trajetória de alta e, por volta das 14h50, subia 1,04% para 4,558 reais, máxima histórica intradia. O movimento é reflexo da expectativa de que o Banco Central pode cortar juros, seguindo a decisão do Federal Reserve (banco central americano) que reduziu a taxa americana em 0,5 ponto percentual (p.p) na terça-feira (3).
A princípio, pode parecer um contrassenso, mas existe lógica por trás da alta da moeda americana quando há cortes na Selic. Investidores internacionais costumavam investir no Brasil por causa dos juros altos. Com a Selic caminhando para um patamar ainda mais baixo — hoje está em 4,25% ao ano —, os estrangeiros podem sair do país ou simplesmente deixar de vir. O resultado é menos dólares no mercado a um preço mais elevado.
O banco Mizuho revisou para cima a projeção de câmbio para o fim de 2020, passando de 4 reais para 4,20 reais. "Acreditamos que o tamanho do corte de juros [no Brasil] vai depender do desenvolvimento da epidemia de coronavírus nas próximas semanas", escreve Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco, em relatório.
Às 9:16, o dólar recuava 0,02%, a 4,5099 reais na venda, enquanto o contrato mais líquido de dólar futuro operava em queda de 0,19%, a 4,5155 reais. Mas a queda não se sustentou, nem mesmo com a intervenção do BC no mercado de câmbio.A autoridade monetária ofertou, nesta quarta-feira, 10.735 contratos de swap tradicional com vencimento em agosto, outubro e dezembro de 2020, para rolagem de contratos já existentes.
No último pregão, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,54%, a 4,5109 reais na venda, nova máxima histórica para encerramento, a nona consecutiva.