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Dólar abre em alta, mas desacelera após leilão do BC

O dólar à vista no balcão abriu a R$ 2,2390 (+1,54%) e subiu até R$ 2,2490 (+2,00%)

No mercado futuro, o dólar para julho de 2013 chegou a cair até uma mínima de R$ 2,2265 (-0,31%) com o anúncio do leilão de swap do BC, mas às 9h31 já voltava a operar em alta (Christopher Furlong/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2013 às 12h07.

São Paulo - O mercado doméstico de câmbio abriu nesta quinta-feira, 20, com o dólar alinhado à valorização da moeda norte-americana em âmbito global.

A pressão compradora é uma reação estendida do mercado ao aviso de quarta-feira, 19, do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, de que o dinheiro barato e abundante vai começar a diminuir ainda este ano e se estender até meados de 2014.

A perspectiva apontada por Bernanke de que as taxas dos Fed Funds podem começar a subir "vários trimestres" após o desemprego atingir 6,5% também sustenta essa migração de investidores para o dólar, que ganha reforço nesta quinta-feira, 20, com o anúncio de enfraquecimento do setor industrial da China em junho.

No Brasil, o dólar à vista no balcão abriu a R$ 2,2390 (+1,54%) e subiu até R$ 2,2490 (+2,00%). O BC anunciou um leilão de até US$ 3 bilhões em swap cambial e a moeda desacelerou a alta. Às 9h29, o dólar no balcão estava R$ 2,2350 (+1,36%), após testar uma mínima de R$ 2,2220 (+0,77%).

No mercado futuro, o dólar para julho de 2013 chegou a cair até uma mínima de R$ 2,2265 (-0,31%) com o anúncio do leilão de swap do BC, mas às 9h31 já voltava a operar em alta, cotado a R$ 2,2385 (+0,22%). A máxima desse vencimento ficou em R$ 2,2520 (+0,83%).

No leilão de swap, cujo resultado sai a partir das 9h50, o BC oferta até 60 mil contratos com dois vencimentos, equivalentes a quase US$ 3 bilhões.

Antes da abertura da sessão, o mercado já esperava uma forte e rápida intervenção do BC para conter a alta esperada da moeda norte-americana.

Na quarta-feira, 19, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, alertou que o governo e o Banco Central têm "bala na agulha" para enfrentar a turbulência do mercado de câmbio e assegurar que a moeda norte-americana não flutue mais no Brasil do que em outros países nesse momento de instabilidade no mercado financeiro global.


"Temos muita bala na agulha. Temos muitas reservas, como nunca tivemos antes, e dólar em carteira", afirmou o ministro da Fazenda. Apesar de o dólar ter superado R$ 2,20 e fechado ontem a R$ 2,2050 - maior patamar desde abril de 2009 -, o ministro minimizou o risco de contaminação do processo de valorização do câmbio sobre a inflação.

Embora a valorização da moeda norte-americana seja generalizada, o patamar atual do câmbio interno eleva a possibilidade de haver um repasse mais rápido que o habitual da valorização do dólar para os preços, de acordo com avaliações de especialistas em índices de inflação ouvidos pelo Broadcast. Por isso, além de leilões de swap cambial, é cogitada também oferta de moeda à vista.

Na quarta-feira, 19, o banco central dos EUA avisou oficialmente que os estímulos à economia começarão a ser retirados em breve. A perspectiva apontada por Ben Bernanke de que as taxas dos Fed Funds podem começar a subir "vários trimestres" após o desemprego atingir 6,5% também sustenta a migração de investimentos para o dólar e os Treasuries.

"O comitê atualmente prevê que seria apropriado moderar o ritmo mensal das compras de ativos este ano", disse Bernanke.

"Se os dados subsequentes continuarem amplamente alinhados às nossas expectativas atuais para a economia, nós continuaremos a reduzir as compras de bônus em passos contidos até o primeiro semestre do próximo ano, encerrando as compras por volta do meio do ano", completou, ao lembrar que esse cenário depende da concretização das atuais projeções da casa.

Para o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o programa de relaxamento quantitativo poderia acabar quando a taxa de desemprego cair para perto de 6,5%, o que, para a instituição, indica "melhora substancial" no mercado de trabalho.


Bernanke ponderou, no entanto, que "se as projeções se tornarem menos favoráveis, ou se as condições financeiras forem julgadas inconsistentes com progressos adicionais no mercado de trabalho, a redução na compra de ativos pode ser adiada". Cogitou ainda que o Fed poderia até voltar a aumentar a injeção de dinheiro no mercado caso julgue necessário. Atualmente, o volume de compra mensal de bônus equivale a US$ 85 bilhões.

Nesta quinta-feira, 20, a China anunciou que o índice dos gerentes de compras do setor industrial - que sinaliza a atividade no segmento - caiu de 49,2 em maio para 48,3 em junho. Esse é o nível mais baixo em nove meses. O número reforça o temor de parte dos economistas de que a maior economia asiática possa frustrar a expectativa de crescer 7,5% em 2013.

Em Nova York, às 9h38, o euro caía a US$ 1,3210. O dólar subia a 97,72 ienes. A moeda norte-americana avançava ante o dólar australiano (+0,72%), o dólar canadense (+0,72%), o peso chileno (+0,15%), a rupia indiana (+1,48%), o peso mexicano (+0,69%), e o dólar neozelandês (+1,27%).

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São Paulo - O mercado doméstico de câmbio abriu nesta quinta-feira, 20, com o dólar alinhado à valorização da moeda norte-americana em âmbito global.

A pressão compradora é uma reação estendida do mercado ao aviso de quarta-feira, 19, do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, de que o dinheiro barato e abundante vai começar a diminuir ainda este ano e se estender até meados de 2014.

A perspectiva apontada por Bernanke de que as taxas dos Fed Funds podem começar a subir "vários trimestres" após o desemprego atingir 6,5% também sustenta essa migração de investidores para o dólar, que ganha reforço nesta quinta-feira, 20, com o anúncio de enfraquecimento do setor industrial da China em junho.

No Brasil, o dólar à vista no balcão abriu a R$ 2,2390 (+1,54%) e subiu até R$ 2,2490 (+2,00%). O BC anunciou um leilão de até US$ 3 bilhões em swap cambial e a moeda desacelerou a alta. Às 9h29, o dólar no balcão estava R$ 2,2350 (+1,36%), após testar uma mínima de R$ 2,2220 (+0,77%).

No mercado futuro, o dólar para julho de 2013 chegou a cair até uma mínima de R$ 2,2265 (-0,31%) com o anúncio do leilão de swap do BC, mas às 9h31 já voltava a operar em alta, cotado a R$ 2,2385 (+0,22%). A máxima desse vencimento ficou em R$ 2,2520 (+0,83%).

No leilão de swap, cujo resultado sai a partir das 9h50, o BC oferta até 60 mil contratos com dois vencimentos, equivalentes a quase US$ 3 bilhões.

Antes da abertura da sessão, o mercado já esperava uma forte e rápida intervenção do BC para conter a alta esperada da moeda norte-americana.

Na quarta-feira, 19, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, alertou que o governo e o Banco Central têm "bala na agulha" para enfrentar a turbulência do mercado de câmbio e assegurar que a moeda norte-americana não flutue mais no Brasil do que em outros países nesse momento de instabilidade no mercado financeiro global.


"Temos muita bala na agulha. Temos muitas reservas, como nunca tivemos antes, e dólar em carteira", afirmou o ministro da Fazenda. Apesar de o dólar ter superado R$ 2,20 e fechado ontem a R$ 2,2050 - maior patamar desde abril de 2009 -, o ministro minimizou o risco de contaminação do processo de valorização do câmbio sobre a inflação.

Embora a valorização da moeda norte-americana seja generalizada, o patamar atual do câmbio interno eleva a possibilidade de haver um repasse mais rápido que o habitual da valorização do dólar para os preços, de acordo com avaliações de especialistas em índices de inflação ouvidos pelo Broadcast. Por isso, além de leilões de swap cambial, é cogitada também oferta de moeda à vista.

Na quarta-feira, 19, o banco central dos EUA avisou oficialmente que os estímulos à economia começarão a ser retirados em breve. A perspectiva apontada por Ben Bernanke de que as taxas dos Fed Funds podem começar a subir "vários trimestres" após o desemprego atingir 6,5% também sustenta a migração de investimentos para o dólar e os Treasuries.

"O comitê atualmente prevê que seria apropriado moderar o ritmo mensal das compras de ativos este ano", disse Bernanke.

"Se os dados subsequentes continuarem amplamente alinhados às nossas expectativas atuais para a economia, nós continuaremos a reduzir as compras de bônus em passos contidos até o primeiro semestre do próximo ano, encerrando as compras por volta do meio do ano", completou, ao lembrar que esse cenário depende da concretização das atuais projeções da casa.

Para o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o programa de relaxamento quantitativo poderia acabar quando a taxa de desemprego cair para perto de 6,5%, o que, para a instituição, indica "melhora substancial" no mercado de trabalho.


Bernanke ponderou, no entanto, que "se as projeções se tornarem menos favoráveis, ou se as condições financeiras forem julgadas inconsistentes com progressos adicionais no mercado de trabalho, a redução na compra de ativos pode ser adiada". Cogitou ainda que o Fed poderia até voltar a aumentar a injeção de dinheiro no mercado caso julgue necessário. Atualmente, o volume de compra mensal de bônus equivale a US$ 85 bilhões.

Nesta quinta-feira, 20, a China anunciou que o índice dos gerentes de compras do setor industrial - que sinaliza a atividade no segmento - caiu de 49,2 em maio para 48,3 em junho. Esse é o nível mais baixo em nove meses. O número reforça o temor de parte dos economistas de que a maior economia asiática possa frustrar a expectativa de crescer 7,5% em 2013.

Em Nova York, às 9h38, o euro caía a US$ 1,3210. O dólar subia a 97,72 ienes. A moeda norte-americana avançava ante o dólar australiano (+0,72%), o dólar canadense (+0,72%), o peso chileno (+0,15%), a rupia indiana (+1,48%), o peso mexicano (+0,69%), e o dólar neozelandês (+1,27%).

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