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Dólar à vista fecha em leve queda em dia de baixa liquidez

No fechamento, a divisa norte-americana encerrou em queda de 0,14% aos R$ 3,1690

Dólar: no exterior, continuaram as incertezas sobre como o governo de Donald Trump pode afetar a economia local (foto/Thinkstock)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de janeiro de 2017 às 18h23.

São Paulo -- Único ativo financeiro negociado no mercado doméstico, o dólar à vista fechou a sessão desta quarta-feira, 25, em leve queda frente ao real. Diante da baixa liquidez, decorrente do feriado em São Paulo, o dia foi de pouca movimentação e as cotações seguiram o sinal negativo vindo do exterior. No fechamento, a divisa norte-americana encerrou em queda de 0,14% aos R$ 3,1690.

"O dólar operou em baixa em função do exterior, tendo em vista que seu par passou a sessão toda perdendo para as divisas fortes, emergentes e ligadas a commodities", afirmou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. "Em dia de baixa liquidez, com o feriado da maior praça financeira do Brasil, a moeda acompanhou a direção lá fora."

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No exterior, continuaram as incertezas sobre o governo de Donald Trump nos Estados Unidos e como as iniciativas do republicano podem afetar a economia local. O Dollar Index recuava 0,18%, aos 100,170 pontos, no fim da tarde.

O peso mexicano, por exemplo, registrava valorização superior a 1,0% no final da tarde, apesar de rumores de que Trump possa anunciar a construção do muro na fronteira entre os dois países. Segundo operadores, o enfoque na questão do muro pode desviar a atenção do governo norte-americano sobre a renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que é positivo para a economia do México, fortemente exportadora.

Por aqui, o dólar à vista foi negociado apenas em outras cidades do País, por causa do fechamento dos mercados da BM&FBovespa, em função do feriado pelo aniversário de 463 anos do município de São Paulo. Com isso, a movimentação no câmbio não contou com a referência do contrato futuro, que geralmente determina as cotações no mercado à vista.

Bancos e instituições financeiras praticaram o chamado "spread de boca de jacaré": venderam a moeda a preços mais elevados e a compraram a valores mais baixos que o normal. A participação, então, foi limitada a quem estava com mais urgência em fechar operações. De acordo com dados registrados na clearing da BM&FBovespa , o volume de negócios somava US$ 297,911 milhões por volta das 17h25.

Diante do dia atípico, o Banco Central fez uma pausa nos leilões de contratos de swap cambial tradicional, como já era esperado. Nos últimos dias, a instituição tem ofertado os ativos para executar a rolagem dos contratos que venceriam em fevereiro.

Apesar do recuo constante desde a abertura, a baixa do dólar frente ao real diminuiu em meio à divulgação pelo Tesouro dos números da Dívida Pública federal (DPF) em 2016. O estoque da Dívida aumentou 11,5%, de R$ 2,793 trilhões em dezembro de 2015 para R$ 3,112 trilhões no fim do ano passado. Na comparação mensal, o avanço foi de 0,66% frente a novembro. O resultado ficou dentro do previsto pelo Plano Anual de Financiamento (PAF), de que a DPF encerraria o período entre R$ 3,100 trilhões e R$ 3,300 trilhões.

Por outro lado, novas captações corporativas no exterior podem contribuir para a pressão negativa sobre o dólar. A Embraer fechou nesta quarta a primeira emissão de uma empresa brasileira após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, que ocorreu na semana passada. Ao levantar US$ 750 milhões, a operação elevou o total de captações de companhias locais no exterior para US$ 5,95 bilhões neste ano e mostrou que investidores estrangeiros seguem atraídos por ativos brasileiros.

"Contra fluxo não há argumentos. Esta captação mais os IPOs que podem acontecer no início de fevereiro devem trazer o dólar mais para baixo", acrescentou o diretor da Correparti.

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