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Credor da OGX depende da Petronas para não sofrer calote

Caso a transferência dos US$ 250 mi que a Petronas tem a fazer para a petroleira de Eike Batista não ocorra a tempo, detentores de bônus podem não receber pagamento de juro

Petronas: sem a transferência dos US$ 250 milhões, é pouco provável que a OGX consiga honrar compromisso com credores (Goh Seng Chong/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2013 às 13h36.

São Paulo - As chances de detentores de bônus da OGX , a petroleira do empresário Eike Batista, sofrerem um calote no pagamento de juro previsto para outubro são palpáveis, caso a transferência dos US$ 250 milhões que a Petronas tem a fazer para a companhia não ocorra a tempo, disse o diretor executivo de Finanças Corporativa e Reestruturação Societária da FTI Consulting no Brasil, Sam Aguirre.

A quantia refere-se à primeira parcela do pagamento de US$ 850 milhões por 40% nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, do Campo de Tubarão Martelo, localizado na Bacia de Campos, adquiridos pela petroleira malaia em maio.

O ingresso dos recursos depende, entretanto, da aprovação do negócio pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que ainda está analisando o caso. “

Sem a transferência dos US$ 250 milhões, é pouco provável que a companhia consiga honrar esse compromisso, dada a situação presumida de seu caixa a partir de cálculos, com base nos números disponíveis de balanço de 31 de março e dos desembolsos ocorridos desde então”, disse.

Aguirre participou na segunda-feira, 15, de um encontro com investidores estrangeiros (entre eles credores da OGX e da OSX) em Nova York, para explicar a lei de falências brasileiras. O encontro havia sido organizado no começo de junho.

Segundo ele, frente à demanda dos investidores estrangeiros por informações sobre as empresas do grupo “X”, o FTI resolveu ampliar o tema do encontro para esclarecer as principais dúvidas dos credores quanto à liquidez do grupo.

“Trabalho com reestruturação de empresas há muitos anos e a OGX já tem todos os elementos de uma companhia pré-default (pré-calote)”, acrescentou.


Aguirre disse que em 31 de março a OGX possuía um caixa de US$ 1,1 bilhão, do qual, descontando-se os US$ 449 milhões repassados para a OSX e mais US$ 120 milhões referentes ao juro (cupom) dos bônus de 2022 feito em junho, restariam “cerca de US$ 400 milhões.

“Esse montante é irrisório para uma companhia com um compromisso de investimento (capex) do tamanho da OGX e os credores estão de olho nisso”, disse.

Crise

A situação da OGX se agravou depois que uma série de poços da empresa se revelou inviável para produção, contrariando as expectativas ousadas sempre alardeadas por Eike Batista na mídia.

Há duas semanas, ele jogou a toalha: a produção no campo de Tubarão Azul deve cessar em 2014, dois anos após retirado o primeiro óleo.

Outros três campos foram suspensos três meses após a declaração de comercialidade. A OGX invalidou as projeções divulgadas anteriormente.

Em junho, Eike Batista também reduziu sua participação na petroleira, que até pouco tempo era a principal empresa do grupo, gerando desconfiança entre os investidores.

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A quantia refere-se à primeira parcela do pagamento de US$ 850 milhões por 40% nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, do Campo de Tubarão Martelo, localizado na Bacia de Campos, adquiridos pela petroleira malaia em maio.

O ingresso dos recursos depende, entretanto, da aprovação do negócio pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que ainda está analisando o caso. “

Sem a transferência dos US$ 250 milhões, é pouco provável que a companhia consiga honrar esse compromisso, dada a situação presumida de seu caixa a partir de cálculos, com base nos números disponíveis de balanço de 31 de março e dos desembolsos ocorridos desde então”, disse.

Aguirre participou na segunda-feira, 15, de um encontro com investidores estrangeiros (entre eles credores da OGX e da OSX) em Nova York, para explicar a lei de falências brasileiras. O encontro havia sido organizado no começo de junho.

Segundo ele, frente à demanda dos investidores estrangeiros por informações sobre as empresas do grupo “X”, o FTI resolveu ampliar o tema do encontro para esclarecer as principais dúvidas dos credores quanto à liquidez do grupo.

“Trabalho com reestruturação de empresas há muitos anos e a OGX já tem todos os elementos de uma companhia pré-default (pré-calote)”, acrescentou.


Aguirre disse que em 31 de março a OGX possuía um caixa de US$ 1,1 bilhão, do qual, descontando-se os US$ 449 milhões repassados para a OSX e mais US$ 120 milhões referentes ao juro (cupom) dos bônus de 2022 feito em junho, restariam “cerca de US$ 400 milhões.

“Esse montante é irrisório para uma companhia com um compromisso de investimento (capex) do tamanho da OGX e os credores estão de olho nisso”, disse.

Crise

A situação da OGX se agravou depois que uma série de poços da empresa se revelou inviável para produção, contrariando as expectativas ousadas sempre alardeadas por Eike Batista na mídia.

Há duas semanas, ele jogou a toalha: a produção no campo de Tubarão Azul deve cessar em 2014, dois anos após retirado o primeiro óleo.

Outros três campos foram suspensos três meses após a declaração de comercialidade. A OGX invalidou as projeções divulgadas anteriormente.

Em junho, Eike Batista também reduziu sua participação na petroleira, que até pouco tempo era a principal empresa do grupo, gerando desconfiança entre os investidores.

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