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Crédito barato atrapalha desalavancagem dos bancos europeus

Pesquisa mostra que os bancos europeus têm 1,5 trilhão de euros em créditos de liquidação duvidosa em seus balanços

Notas de euro: o Tesouro italiano emitiu 2,5 bilhões em bônus a cinco anos com uma taxa de juros de 4,73%
 (Philippe Huguen/AFP)

Notas de euro: o Tesouro italiano emitiu 2,5 bilhões em bônus a cinco anos com uma taxa de juros de 4,73% (Philippe Huguen/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2012 às 13h09.

São Paulo - Uma pesquisa do Grupo de Soluções de Carteira da KPMG sobre a vendas de dívidas mostrou que os bancos europeus têm 1,5 trilhão de euros em operações de crédito de liquidação duvidosa (Nonperforming loans, em inglês) em seus balanços.

De acordo com os resultados da pesquisa, o principal fator que atrapalhou a desalavancagem dos bancos europeus foi a injeção de mais de mais de mais de 1 trilhão de euros em operações de refinanciamento de longo prazo feito pelo Banco Central Europeu (BCE) em dezembro de 2011 e fevereiro de 2012.

A pesquisa destaca 7 fatores que estão direcionando o mercado global de vendas de dívidas: crédito de longo prazo, expectativas de custos (diferença entre o preço máximo que um comprador quer pagar e o preço mínimo que o vendedor quer vender está diminuindo), alavancagem, novos entrantes no mercado de compras de dívidas (como os principais fundos e bancos americanos), o teor, rendimento e a qualidade do crédito.

Em um cenário de crise financeira, os bancos europeus buscam se livrar desses créditos de liquidação duvidosa para aliviar os seus balanços, mas , de acordo com a pesquisa, o dinheiro barato oferecido pelo BCE tende a atrasar esse processo. Entre os créditos afetados estão os que não geram grandes prejuízos para os bancos, como os de grandes carteiras de hipotecas residenciais e de empréstimos de financiamentos de projetos que geram renda por longos períodos.

O problema está na grande atividade nas carteiras estressadas e de operações de crédito de liquidação duvidosa, em que a fuga de capital é a preocupação principal para os bancos. Jonathan Hunt, um dos diretores do grupo KPMG afirma que o cenário de bancos vendendo carteiras de vários bilhões de euros em operações de crédito de liquidação duvidosa é tendência para os próximos meses.

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