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Corretoras estimam alta de até 35% para o Ibovespa em 2008

Credit Suisse é a instituição mais otimista entre as 13 consultadas pelo Portal EXAME, com previsão de Ibovespa em 86 mil pontos ao final do ano

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 10h36.

A conquista do grau de investimento pelo Brasil ainda no primeiro semestre de 2008 deu um novo ânimo ao mercado acionário, que há tempos operava ressabiado devido à crise do crédito hipotecário de alto risco (subprime) nos Estados Unidos. O título já era esperado pelos analistas, mas ninguém imaginava que ele fosse chegar tão cedo. "O grau de investimento veio numa hora muito oportuna para o país. Ele reforça a credibilidade do Brasil num momento em que vários países estão sofrendo uma crise de confiança por causa do subprime", diz Celso Boin Júnior, chefe da área de Análise da corretora Link.

Com a surpresa, algumas corretoras refizeram suas projeções para o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa). Os estudos apontam um potencial de alta de até 35% em 2008 (veja mais na tabela abaixo) e consideram um cenário bastante otimista para o mercado doméstico, com expansão do crédito, menos burocracia e aumento nos investimentos estrangeiros e do governo. "Daqui pra frente, deve haver um maior comprometimento com os investimentos públicos. Afinal, nenhum governo quer ser taxado como aquele que perdeu o grau de investimento", diz Marcelo Faro, analista da corretora Intra.

Projeções para o Ibovespa em dezembro de 2008

Corretora Antes do grau de investimento (em pontos) Depois do grau de investimento (em pontos) Potencial de alta em 2008 (%)
Ágora 82.000 82.000 28,35
Alpes 75.000 85.000 33,05
Ativa 77.500 81.200 27,10
Banco Real 81.071 81.071 26,90
Banif 78.000 82.000 28,35
Credit Suisse Não informado 86.000 34,61
Elite 72.000 80.000 25,22
Fator 75.000 75.000 17,40
Itaú 80.000 80.000 25,22
Link 78.000 78.000 22,09
Máxima 80.000 80.000 25,22
Planner 82.000 82.000 28,35
Santander 72.000 72.000 12,70

A expectativa é de que os gargalos de infra-estrutura, a alta carga tributária e a morosidade nos processos, que tanto limitam os ganhos das empresas brasileiras, sejam aos poucos reduzidos. Hoje, esses fatores tornam as companhias brasileiras mais baratas que suas concorrentes no exterior, mas a tendência é de que essa diferença diminua à medida em que o Brasil vá se desenvolvendo. Por isso, na avaliação dos especialistas, a disparada de 9% no Ibovespa em apenas uma semana não deve desestimular novas aplicações na Bolsa. "O Brasil está começando a crescer de forma sustentável agora. Temos um mercado consumidor em forte expansão e estabilidade econômica - e é isso que atrai o investidor", diz Boin Júnior.

Somente nos primeiros dois pregões após o grau de investimento o saldo das aplicações estrangeiras na Bovespa chegou a 1 bilhão de reais. E ainda pode vir a ser bem maior. Como grande parte dos fundos exige ao menos duas classificações de grau de investimento para aplicar no país, não são muitos os estrangeiros autorizados a colocar dinheiro no Brasil. Por enquanto, somente a Standard & Poor´s elevou a nota do Brasil a esse patamar, mas para os analistas, não deve demorar muito para Moody´s e Fitch seguirem o mesmo caminho.

Superada mais essa barreira, uma nova onda de recursos deve chegar à Bolsa, pressionando o Ibovespa. Manter o ritmo de crescimento, entretanto, será um novo desafio. "Ano que vem as empresas vão ter de mostrar que valem aquilo que o mercado está pagando. Senão, vamos ter ajustes", diz Saulo Sabbá, diretor de Gestão da Máxima Asset Management.

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