Copom e mercado externo deprimem a Bovespa
Ata da última reunião do Copom realizada em 29 e 30 de maio, frustrou por não trazer praticamente nada de novo em relação ao documento anterior
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2012 às 11h57.
São Paulo - Depois do festival de notícias ruins divulgadas no feriado de Corpus Christi, ontem, a Bovespa parece não ver motivos - nem ter fôlego - para mudar a tendência de queda ditada pelo exterior, em um dia que promete ser esvaziado de negócios pelo fato desta sexta-feira ficar entre o feriado e o fim de semana. O Ibovespa futuro abriu em queda e, às 11h35, perdia 0,67%, aos 53.794,89 pontos.
Internamente, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária ( Copom ), realizada em 29 e 30 de maio, frustrou por não trazer praticamente nada de novo em relação ao documento anterior. Para um economista, o fato de ser um "copia e cola" deixa aberta a possibilidade de continuação da redução da Selic na mesma magnitude do último corte, que reduziu a taxa básica de juros de 9,00% ao ano para 8,50%, uma vez que a autoridade monetária demonstrou estar confortável com o atual cenário de inflação.
Na verdade, com o texto muito semelhante ao da reunião de abril, a ata chamou mais atenção pelas frases que foram suprimidas, como a que dizia que a estimava de deterioração do cenário internacional causaria um impacto sobre a economia brasileira equivalente a um quarto do observado na crise internacional de 2008/2009. Com a retirada dessa frase, o Banco Central estaria sugerindo que a influência pode ser maior. "Minha opinião é que a supressão ajuda a justificar novos cortes", reforça a fonte.
No ambiente externo o dia é de pessimismo. Uma série de notícias negativas divulgadas ontem, dia em que o mercado doméstico esteve fechado por conta do feriado, e na manhã de hoje alimentaram as preocupações com o estado da economia global. Após o fechamento dos mercados, ontem, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou o rating da dívida de longo prazo em moeda estrangeira e em moeda local da Espanha de A para BBB. O rating de default de emissor (IDF) de curto prazo foi rebaixado de F1 para F2. A perspectiva dos ratings de longo prazo é negativa.
A China também surpreendeu ao cortar a taxa básica de juros. Inicialmente, o dado impulsionou os mercados internacionais, mas o bom humor logo foi substituído por questionamentos sobre se a medida sugere que o governo chinês deve anunciar dados fracos sobre a economia chinesa neste fim de semana.
Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserva, Ben Bernanke, decepcionou o mercado ao não dar sinais de que pretende lançar uma terceira rodada de relaxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês), durante audiência do Comitê Conjunto de Economia do Congresso.
Hoje cedo, o PIB da Grécia foi revisado e mostrou uma contração maior do que a inicialmente calculada. Também foram divulgados dados preocupantes de produção industrial em abril, que indicam que a recessão ainda pode se aprofundar mais no segundo trimestre.
São Paulo - Depois do festival de notícias ruins divulgadas no feriado de Corpus Christi, ontem, a Bovespa parece não ver motivos - nem ter fôlego - para mudar a tendência de queda ditada pelo exterior, em um dia que promete ser esvaziado de negócios pelo fato desta sexta-feira ficar entre o feriado e o fim de semana. O Ibovespa futuro abriu em queda e, às 11h35, perdia 0,67%, aos 53.794,89 pontos.
Internamente, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária ( Copom ), realizada em 29 e 30 de maio, frustrou por não trazer praticamente nada de novo em relação ao documento anterior. Para um economista, o fato de ser um "copia e cola" deixa aberta a possibilidade de continuação da redução da Selic na mesma magnitude do último corte, que reduziu a taxa básica de juros de 9,00% ao ano para 8,50%, uma vez que a autoridade monetária demonstrou estar confortável com o atual cenário de inflação.
Na verdade, com o texto muito semelhante ao da reunião de abril, a ata chamou mais atenção pelas frases que foram suprimidas, como a que dizia que a estimava de deterioração do cenário internacional causaria um impacto sobre a economia brasileira equivalente a um quarto do observado na crise internacional de 2008/2009. Com a retirada dessa frase, o Banco Central estaria sugerindo que a influência pode ser maior. "Minha opinião é que a supressão ajuda a justificar novos cortes", reforça a fonte.
No ambiente externo o dia é de pessimismo. Uma série de notícias negativas divulgadas ontem, dia em que o mercado doméstico esteve fechado por conta do feriado, e na manhã de hoje alimentaram as preocupações com o estado da economia global. Após o fechamento dos mercados, ontem, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou o rating da dívida de longo prazo em moeda estrangeira e em moeda local da Espanha de A para BBB. O rating de default de emissor (IDF) de curto prazo foi rebaixado de F1 para F2. A perspectiva dos ratings de longo prazo é negativa.
A China também surpreendeu ao cortar a taxa básica de juros. Inicialmente, o dado impulsionou os mercados internacionais, mas o bom humor logo foi substituído por questionamentos sobre se a medida sugere que o governo chinês deve anunciar dados fracos sobre a economia chinesa neste fim de semana.
Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserva, Ben Bernanke, decepcionou o mercado ao não dar sinais de que pretende lançar uma terceira rodada de relaxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês), durante audiência do Comitê Conjunto de Economia do Congresso.
Hoje cedo, o PIB da Grécia foi revisado e mostrou uma contração maior do que a inicialmente calculada. Também foram divulgados dados preocupantes de produção industrial em abril, que indicam que a recessão ainda pode se aprofundar mais no segundo trimestre.