Copel é ação para se ter em 2011, afirma Itaú BBA
Para analistas, recente queda dos papéis abre espaço para oportunidade de lucros no ano que vem
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 13h46.
São Paulo - O anúncio referente ao orçamento da Copel (CPEL6) para 2011 feito esta semana não agradou o mercado e as ações da empresa recuaram cerca de 5% nos últimos dias. Para os analistas do Itaú BBA, a tendência baixista pode continuar no curto prazo, mas a queda deve perder o fôlego e depois voltar a subir. “Continuamos confiantes no fato de que a CPLE6 é uma das ações que se deve possuir em 2011”. A corretora tem recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado) para a CPLE6, e um preço-alvo de para o final de 2011 de 53 reais.
Os analistas afirmam que as novas diretrizes para o orçamento parecem ter sido percebidas pelo mercado como uma oportunidade para a realização de lucros, principalmente considerando o forte desempenho dos papéis desde as eleições para governador do Paraná, período no alavancou os papéis em aproximadamente 18%. “Enquanto o mercado continua a ver este fato como um risco, encaramos este evento como uma oportunidade promissora”, diz o relatório.
O conselho de administração da companhia informou nesta semana que o plano de investimentos para o ano que vem totaliza 2,060 bilhões de reais. “Trata-se de 915 milhões de reais acima da premissa do nosso modelo de fluxo de caixa descontado para a Copel”, afirma a equipe de análise do Itaú BBA formada por Marcos Severine, Mariana Coelho e Marcel Shiomi.
Mais valor aos papéis
Na avaliação do Itaú BBA, duas questões relevantes poderiam adicionar valor à companhia: a redução de pessoal e uma realavancagem da sua estrutura de capital. “Ao final do mandato do governador Jaime Lerner em 2002, a Copel possuía 5.857 funcionários, e uma relação de 514 clientes para cada empregado. Ao final de setembro de 2010, a companhia contava com 8.950 funcionários, e a relação de clientes por empregado diminuiu para 416. Para que este índice retorne aos níveis de 2002, a força de trabalho da Copel teria que ser reduzida em 1.700 funcionários”, explicam os analistas.
Quanto à realavancagem da Copel, o relatório se refere à possibilidade da companhia elevar o nível de sua dívida, com o objetivo de obter uma estrutura de capital mais eficiente e um custo médio ponderado do capital (WACC) menor. “Nossa expectativa é que a companhia encerre 2010 com uma dívida líquida de apenas 437 milhões de reais. Vemos os novos projetos da Copel, como a hidroelétrica de Colíder, sendo grandes oportunidades para realavancar sua estrutura de capital. Atualmente temos um WACC nominal de 13,2% em nosso modelo para a CPLE6, o maior em nosso universo de cobertura”, finaliza a equipe.
De acordo com o relatório, tais mudanças apresentam o potencial para adicionar 4,8 reais por ação ao preço-alvo para 2011.