Exame Logo

CONSOLIDA2-Mercado quer propostas mais detalhadas no 2o turno

Mercado quer detalhes sobre programas econômicos Dia é mais influenciado por cenário externo cauteloso Para maioria, eventual medida sobre câmbio deve esperar IIF vê ingressos de US$825 bi para emergentes no ano (Texto atualizado com fechamento dos mercados e mais informações) Por Daniela Machado SÃO PAULO, 4 de outubro (Reuters) - Os mercados brasileiros reagiram […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2010 às 14h27.

  • Para maioria, eventual medida sobre câmbio deve esperar

  • Veja também

  • IIF vê ingressos de US$825 bi para emergentes no ano

  • (Texto atualizado com fechamento dos mercados e mais
    informações)

    Por Daniela Machado

    SÃO PAULO, 4 de outubro (Reuters) - Os mercados brasileiros
    reagiram sem solavancos à confirmação de um segundo turno na
    eleição presidencial e, para alguns analistas, o adiamento do
    resultado é uma chance para que os candidatos apresentem com
    mais clareza suas propostas econômicas.

    Enquanto discutiam as perspectivas para as próximas
    semanas, investidores foram mais influenciados nesta
    segunda-feira pelo tom negativo dos pregões internacionais.
    Pesaram sobre os negócios dúvidas sobre a recuperação da
    atividade global e perspectivas de que o Federal Reserve tenha
    que agir para estimular mais a retomada.

    O dólar fechou em alta de 0,65 por cento, a 1,692
    real, em ajuste depois da queda recente que o colocou nos
    menores patamares desde 2008. O movimento esteve alinhado ao do
    exterior, em que a moeda norte-americana ganhou terreno frente
    a uma cesta com as principais divisas .

    O principal índice da Bovespa mostrou pouca força
    na maior parte do dia, atento a Wall Street, mas conseguiu
    encerrar em leve alta, enquanto as projeções de juros locais
    recuaram após o relatório Focus reduzir mais uma vez
    a estimativa de inflação em 2011 [ID:nN0489235].

    "Os mercados brasileiros devem considerar o resultado da
    votação como positivo, já que (Dilma) Rousseff e (José) Serra
    terão que detalhar mais suas agendas econômicas, dando aos
    eleitores --e aos investidores-- mais informações sobre seus
    planos", avaliou o RBC Capital Markets em relatório.

    "Embora a expectativa seja de que ambos prometam
    continuidade do atual programa econômico do presidente Lula,
    algumas diferenças nas áreas de política fiscal e no tamanho do
    Estado devem ser monitoradas."

    O economista sênior do Goldman Sachs, Paulo Leme, também
    comentou em relatório que o segundo turno "dará aos eleitores e
    observadores mais dias para analisar as propostas" dos dois
    candidatos. O segundo turno ocorre em 31 de outubro.

    MAIS TEMPO PARA O CÂMBIO

    A maioria dos analistas também considera que o segundo
    turno irá postergar possíveis medidas mais contundentes do
    governo para brecar a recente valorização do real.

    Nos últimos dias havia crescido a expectativa de que,
    passada a eleição presidencial, a equipe econômica poderia
    adotar ações como aumento do IOF sobre alguns investimentos
    estrangeiros.

    "Havia certa expectativa de que o governo, logo após as
    eleições no primeiro turno, poderia tomar uma medida um pouco
    mais forte em relação ao câmbio. Com a postergação da decisão,
    é evidente que o governo tende a ser mais cauteloso", disse
    o economista-chefe do Banco Safra de Investimento, Cristiano
    Oliveira.

    "Essa campanha do segundo turno é interessante. Ambos os
    candidatos terão que ser mais explícitos em seus programas de
    governo, e também no campo econômico. O debate que não ocorreu
    no primeiro turno vai ter que haver no segundo."

    A assessoria de imprensa do Banco Central afirmou que a
    instituição "não define sua atuação em função do cenário
    político".

    O Morgan Stanley destacou que, ao contrário da fraqueza
    cambial vista nas eleições de 2002, o grande desafio do governo
    governo agora será como lidar com o fortalecimento do real.

    "Acreditamos que medidas adicionais devem desacelerar o
    ritmo mas não serão capazes de mudar com mais força a direção
    do câmbio", avaliou em relatório.

    Corroborando esse cenário, o Instituto Internacional de
    Finanças (IIF, na sigla em inglês) apontou que o ingresso de
    capital privado nas economias emergentes será maior que o
    esperado neste ano, de 825 bilhões de dólares. O fluxo
    continuará forte no ano que vem, totalizando cerca de 833
    bilhões de dólares [ID:nN04112110].

    (Com reportagem de Vanessa Stelzer, Silvio Cascione e Ana
    Nicolaci da Costa; Edição de Cesar Bianconi)

    Acompanhe tudo sobre:[]

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Mercados

    Mais na Exame