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Com petróleo em baixa, Petrobras perde quase R$ 50 bi em valor de mercado

Investidores deixaram para trás entusiasmo com a eleição de Bolsonaro e castigam as ações da empresa por conta da perspectiva de queda de receita

Refinaria da Petrobras: companhia estatal terminou o mês passado valendo R$ 384 bilhões e, nesta sexta-feira, está cotada a R$ 335 bilhões (Paulo Whitaker/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de novembro de 2018 às 17h52.

Última atualização em 23 de novembro de 2018 às 17h53.

Após recuperar o posto de empresa mais valorizada da bolsa neste ano, a Petrobras derrapou neste mês e acumula perda de 49 bilhões de reais de valor de mercado com a queda do preço do petróleo no mercado internacional.

Os investidores deixaram para trás o entusiasmo com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República e desde o dia 30 do mês passado castigam as ações da empresa por conta da perspectiva de queda de receita. Para o consumidor, alguns combustíveis já estão mais baratos, ao mesmo tempo em que o governo sinaliza que há fôlego para acabar com o subsídio do óleo diesel.

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A Petrobras terminou o mês passado valendo 384 bilhões de reais e, nesta sexta-feira, 23, está cotada a 335 bilhões de reais. Em menos de um mês, desvalorizou quase 15 por cento, na sombra da baixa da commodity.

Os preços do petróleo nos mercados internacionais fecharam nesta sexta no menor patamar desde outubro de 2017. O tipo Brent, negociado na ICE, em Londres, caiu 6,07 por cento, a 58,80 dólares. Já o WTI, comercializado em Nova York, está prestes a valer menos que 50 dólares, depois de cair 7,70 por cento nesta sexta, a 50,42 dólares o barril.

"Ainda que a queda do preço do petróleo tenha começado em outubro, as ações da Petrobras não refletiam a conjuntura internacional porque o mercado estava precificando a continuidade dos ajustes financeiros na estatal, com a perspectiva de vitória de Bolsonaro. Passada a eleição, há um efeito muito forte que vem de fora. A commodity está caindo com a expectativa de que a economia mundial está perdendo força", avaliou o economista-chefe da RC Consultores, Marcel Caparoz.

Como efeito, ele prevê a retração da receita da Petrobras e também da inflação. "Os preços caíram nas refinarias, mas essa queda não chegou aos consumidores na bomba. A tendência é que a gasolina fique mais barata nos postos nas próximas semanas. E isso tem impacto na inflação", avaliou o economista.

A Petrobras reduziu o preço da gasolina em 31% desde que atingiu o valor mais alto de 2018, de 2,2514 reais por litro, de 14 a 22 de setembro. Agora, está a 1,5556 real. Nas bombas, no entanto, os preços ainda resistem. Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ( ANP ) demonstra que o litro permaneceu estável. Apenas na última semana começou a cair chegando a 4,614 reais.

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