Canadenses reduzem preço de celulose; brasileiras podem seguir
São Paulo - Após a notícia de que duas produtoras canadenses de celulose de fibra longa vão reduzir seus preços a partir de 1o de agosto, cresce a expectativa de que as fabricantes de fibra curta --no Brasil fortemente representadas por Fibria e Suzano também adotem a estratégia. Na quinta-feira, a Canfor Pulp afirmou que […]
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2010 às 13h39.
São Paulo - Após a notícia de que duas produtoras canadenses de celulose de fibra longa vão reduzir seus preços a partir de 1o de agosto, cresce a expectativa de que as fabricantes de fibra curta --no Brasil fortemente representadas por Fibria e Suzano também adotem a estratégia.
Na quinta-feira, a Canfor Pulp afirmou que reduziria em 30 dólares por tonelada os seus preços, para 990 dólares, citando a queda no consumo de celulose na China. O mesmo aconteceu com a West Fraser Timber, que afirmou que reduziria preços "no terceiro trimestre".
Procurada pela Reuters, a Suzano afirmou que não vai reduzir preços em 1o de agosto, enquanto a Fibria afirmou que não vai se pronunciar por estar em período de silêncio por conta da divulgação dos resultados trimestrais, em 13 de agosto.
Atualmente, os valores por toneladas para as duas empresas brasileiras está em 950 dólares para América do Norte, 920 dólares para a Europa e 850 dólares por tonelada para a China. Para as duas primeiras regiões foram seis aumentos consecutivos, enquanto para a Ásia foram cinco.
"Apesar da nossa visão estruturalmente altista no setor de celulose, estamos cautelosos sobre o setor nos próximos 12 meses", diz em relatório a analista do J.P. Morgan, Debbie Bobovnikova. De acordo com ela, o anúncio das produtoras canadenses deve marcar o início de uma correção nos preços.
"Entre os nomes brasileiros, preferimos Suzano a Fibria, como um nome mais defensivo."
Para o analista do setor de papel e celulose da Link Investimentos, Leonardo Alves, de fato a tendência para os preços da celulose é de recuo. "Mas, mesmo assim, os preços deverão continuar em patamares altos. A equação entre oferta e demanda deve continuar ainda boa para os produtores", afirma.
Alves observa ainda que os preços atuais foram influenciados pelos problemas na oferta no 1o trimestre. Entre eles está o terremoto que atingiu o Chile no final de fevereiro e levou muitas empresas a paralisarem temporariamente a produção do insumo.
Segundo o JP Morgan, a Arauco, unidade florestal do conglomerado industrial Copec, "oferece descontos de 30 a 50 dólares por tonelada".
Entretanto, o analista da Link afirma: "Não vejo os preços caindo para baixo de 800 dólares por tonelada... o que vai manter um ótimo preço para as produtoras brasileiras."
As ações da Fibria subiam 1,79 por cento, a 27,84 reais às 13h15 desta sexta-feira, enquanto a Suzano avançava 1,20 por cento, a 16,05 reais. O Ibovespa operava com leve oscilação negativa de 0,06 por cento no horário.