SÃO PAULO, 12 de janeiro - O dólar operava em baixa nesta
quarta-feira, em linha com o ambiente mais tranquilo nos
mercados internacionais, mas sem espaço para cair muito por
causa das atuações do governo.

Às 11h05, o dólar era vendido a 1,681 real, em queda
de 0,36 por cento. Frente a uma cesta de moedas, o dólar
cedia 1,681 por cento, enquanto o euro tinha discreta
alta de 0,04 por cento.

Mais cedo, o leilão de bônus de Portugal, que teve forte
demanda, ajudou a aplacar parte das preocupações com a crise de
dívida da zona do euro, mas especialistas disseram que isso não
afasta a possibilidade de o país pedir ajuda financeira à União
Europeia e ao Fundo Monetário Internacional.

Portugal vendeu 1,249 bilhão de euros em dois vencimentos
de bônus nesta quarta-feira, com rendimentos caindo nos títulos
de 10 anos. A quantia vendida ficou no ponto mais alto da
oferta indicada de 1,25 bilhão de euros [ID:nN12180348].

Os mercados de câmbio internacionais também monitoram as
notícias indicando que a zona do euro discute a possibilidade
de aumentar o tamanho do fundo de resgate da região
[ID:nN12182774].

"Em nossa visão, os problemas de solvência dos países
europeus parecem estar endereçados no curto prazo, o que
manterá os mercados em alta", afirmou o Bradesco em boletim
diário sobre os mercados e a economia.

"Além disso, ao longo do dia, teremos a divulgação de
indicadores dos EUA, com destaque para o Livro Bege, o que
deverá reforçar as perspectivas mais favoráveis com a economia
norte-americana."

O Livro Bege será divulgado às 17h (horário de Brasília),
quando o mercado de câmbio local já estará fechado.

Embora a tranquilidade dos mercados internacionais e o
fluxo de ingressos favoreça uma desvalorização do dólar frente
ao real, o mercado evita derrubar muito a moeda por conta das
intervenções constantes do Governo.

"Frente às últimas medidas do governo, o mercado está
estancado, fica meio sem espaço para cair. O mercado não vai
bater muito na moeda porque sabe das medidas e (o dólar) nem
vai subir muito porque já vem sem força para subir", comentou
José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Renascença.

As medidas recentes incluem recolhimento compulsório sobre
posição vendida excedente dos bancos -- em vigor a partir de
abril -- e autorização para que o Fundo Soberano atue no
mercado de derivativos.

(Por Nathália Ferreira; Edição de Vanessa Stelzer)