CÂMBIO-Dólar trava a R$1,71 com expectativa por possível IOF
Por Silvio Cascione SÃO PAULO, 28 de setembro (Reuters) - A preocupação com medidas adicionais do governo no câmbio manteve o dólar estável a 1,710 real nesta terça-feira, impedindo que a moeda seguisse o viés dos mercados globais e caísse. Em Londres, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, manteve em aberto a possibilidade de […]
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2010 às 13h43.
Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 28 de setembro (Reuters) - A preocupação com
medidas adicionais do governo no câmbio manteve o dólar estável
a 1,710 real nesta terça-feira, impedindo que a moeda seguisse
o viés dos mercados globais e caísse.
Em Londres, o presidente do Banco Central, Henrique
Meirelles, manteve em aberto a possibilidade de mais impostos
para tentar frear a valorização do real, além da política de
compra de dólares já adotada pelo governo. [ID:nN28145590]
"O dólar não rompeu (1,70 real) porque o BC disse, e pelo
jeito confirmou, que ia comprar todo o fluxo da (oferta de
ações) da Petrobras", disse Carlos Allievi Jr., gestor da
Infinity Asset. "E pelo discurso do Meirelles hoje, pode vir
mais IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)."
O governo adotou no ano passado a cobrança de IOF sobre
entrada de dólares para investimentos em ações e renda fixa. Há
duas semanas, porém, uma fonte do governo afirmou à Reuters que
uma medida adicional no IOF seria um "último recurso".
[ID:nN16271841]
O cenário foi outro no exterior. O euro , por
exemplo, subia 1,1 por cento às 16h40, nos maiores níveis em
cinco meses. Ante uma cesta com as principais moedas, o dólar
caía 0,62 por cento, no menor patamar desde fevereiro.
A razão para a queda global do dólar era a expectativa cada
vez maior de que o Federal Reserve anuncie medidas de estímulo
à economia norte-americana na reunião do início de novembro. A
queda da confiança do consumidor dos Estados Unidos ao menor
nível desde fevereiro reforçou a tese nesta terça-feira.
[ID:nN28147980]
A manutenção do viés de baixa do dólar coloca pressão
adicional sobre o governo. Nesta terça, o BC realizou dois
leilões de compra de dólares, após ter feito apenas uma
operação do tipo na segunda-feira.
Para Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos
Econômicos do Bradesco, as autoridades precisam intervir de
forma menos previsível. "Existe hoje um excesso de
previsibilidade com o real", afirmou.
Segundo ele, quanto mais estável o mercado de câmbio,
melhores as condições para o "carry trade" e outras operações
de arbitragem, que lucram com o juro alto do Brasil e reforçam
a tendência de queda do dólar.
(Reportagem adicional de Aluísio Alves; Edição de Cesar
Bianconi)
Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 28 de setembro (Reuters) - A preocupação com
medidas adicionais do governo no câmbio manteve o dólar estável
a 1,710 real nesta terça-feira, impedindo que a moeda seguisse
o viés dos mercados globais e caísse.
Em Londres, o presidente do Banco Central, Henrique
Meirelles, manteve em aberto a possibilidade de mais impostos
para tentar frear a valorização do real, além da política de
compra de dólares já adotada pelo governo. [ID:nN28145590]
"O dólar não rompeu (1,70 real) porque o BC disse, e pelo
jeito confirmou, que ia comprar todo o fluxo da (oferta de
ações) da Petrobras", disse Carlos Allievi Jr., gestor da
Infinity Asset. "E pelo discurso do Meirelles hoje, pode vir
mais IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)."
O governo adotou no ano passado a cobrança de IOF sobre
entrada de dólares para investimentos em ações e renda fixa. Há
duas semanas, porém, uma fonte do governo afirmou à Reuters que
uma medida adicional no IOF seria um "último recurso".
[ID:nN16271841]
O cenário foi outro no exterior. O euro , por
exemplo, subia 1,1 por cento às 16h40, nos maiores níveis em
cinco meses. Ante uma cesta com as principais moedas, o dólar
caía 0,62 por cento, no menor patamar desde fevereiro.
A razão para a queda global do dólar era a expectativa cada
vez maior de que o Federal Reserve anuncie medidas de estímulo
à economia norte-americana na reunião do início de novembro. A
queda da confiança do consumidor dos Estados Unidos ao menor
nível desde fevereiro reforçou a tese nesta terça-feira.
[ID:nN28147980]
A manutenção do viés de baixa do dólar coloca pressão
adicional sobre o governo. Nesta terça, o BC realizou dois
leilões de compra de dólares, após ter feito apenas uma
operação do tipo na segunda-feira.
Para Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos
Econômicos do Bradesco, as autoridades precisam intervir de
forma menos previsível. "Existe hoje um excesso de
previsibilidade com o real", afirmou.
Segundo ele, quanto mais estável o mercado de câmbio,
melhores as condições para o "carry trade" e outras operações
de arbitragem, que lucram com o juro alto do Brasil e reforçam
a tendência de queda do dólar.
(Reportagem adicional de Aluísio Alves; Edição de Cesar
Bianconi)