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Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2010 às 15h49.
Por José de Castro
SÃO PAULO, 22 de novembro (Reuters) - O dólar terminou esta
segunda-feira em alta, revertendo da abertura negativa, em meio
ao recrudescimento das preocupações com a Irlanda.
O plano político doméstico também permaneceu no radar, com
investidores acompanhando notícias envolvendo a formação da
equipe econômica do próximo governo.
A moeda norte-americana subiu 0,64 por cento, a
1,730 real na venda, na máxima do dia.
A sessão contou com o tradicional leilão de compra de
dólares pelo Banco Central, com o anúncio da operação ocorrendo
a apenas alguns minutos do fechamento do mercado. A taxa de
corte foi de 1,7288 real.
Mais cedo, problemas técnicos na BM&FBovespa afetaram os
negócios no segmento futuro .
Logo na abertura, a cotação chegou a cair 0,47 por cento,
refletindo o otimismo sobre uma iminente resolução aos
problemas no setor bancário irlandês. Mas aos poucos o mercado
passou a mirar os temores de contágio da crise em Dublin a
outras nações periféricas da Europa, o que corroía o apetite
por ativos de maior risco.
No final da tarde, o índice MSCI de ações globais
recuava 0,7 por cento, enquanto o índice de
commodities Reuters-Jefferies CRB cedia 0,6 por cento.
A maior aversão a risco, refletida pela disparada do índice
VIX , conduzia o dólar ao terreno positivo ante uma cesta
de moedas , ajudado pela queda do euro . Divisas de
perfil semelhante ao real, como o dólar australiano e a
coroa norueguesa , também perdiam valor.
"O mercado vai continuar muito cauteloso enquanto a
situação da Irlanda não se definir. O pacote pode até vir, mas
a incerteza sobre o tamanho, prazo e outros fatores deixam o
investidor nervoso", disse Reginaldo Galhardo, gerente de
câmbio da Treviso Corretora.
"E o pessoal sente que o problema não é só lá (na Irlanda).
Muita gente acha que Portugal também vai precisar do mesmo
remédio. O ambiente é de incerteza e o mercado não gosta
disso", completou.
O profissional lembrou que os players também monitoraram
notícias sobre a composição da equipe econômica da presidente
eleita Dilma Rousseff.
O jornal O Estado de S.Paulo trouxe na edição desta
segunda-feira que Dilma não manterá Henrique Meirelles na
presidência do Banco Central. À tarde, uma fonte confirmou a
informação à Reuters [ID:nN22282195].
Para o operador de câmbio de uma corretora paulista, as
incertezas quanto à formação do governo deixam o mercado
"apreensivo" porque os investidores não sabem o que esperar com
relação à postura do governo quanto ao câmbio.
"Já se sabe que o (ministro da Fazenda, Guido) Mantega vai
ficar, mas o disse-me-disse com o Meirelles está mantendo o
pessoal apreensivo", disse, sob condição de anonimato.
(Edição de Aluísio Alves)