SÃO PAULO, 22 de dezembro (Reuters) - O dólar operava em
leve baixa nesta terça-feira, acompanhando o movimento da moeda
norte-americana nos mercados internacionais e atento ao
comportamento dos juros futuros por aqui.

Às 11h15, o dólar caía 0,12 por cento, a 1,696 real .
Frente a uma cesta de moedas, o dólar exibia variação negativa
de 0,12 por cento . O euro valia 1,3112 dólar, em
alta de 0,15 por cento.

"Está em linha com as moedas lá fora, que também estão
subindo pouco frente ao dólar, já que os volumes de negócios
estão diminuindo", resumiu o operador de câmbio de um banco,
que preferiu não ser citado.

A alta do euro frente ao dólar segue a notícia de um jornal
português de que a China poderia comprar até 5 bilhões de euros
em dívida soberana de Portugal. Recentemente, os investidores
têm se preocupado que Portugal pode ser o próximo da fila a
pedir socorro internacional, depois de Irlanda e Grécia. O
banco central chinês não quis comentar a notícia.

Por aqui, o grande destaque é o Relatório de Inflação do
Banco Central, que deixou clara a possibilidade de alta do juro
básico no curto prazo, o que se reflete na elevação das
projeções futuras de juro.

"O relatório foi muito enfático sobre a alta dos juros e
isso poderia repercutir no dólar com mais força", comentou
Alfredo Barbutti, economista da BGC Liquidez.

Os juros elevados no Brasil são atrativos para os
investidores estrangeiros, o que colabora para um reforço no
ingresso de recursos. Contudo, esse movimento não vem sendo
observado com tanta força nos últimos dias. Segundo Barbutti e
alguns operadores de câmbio, os estrangeiros vêm reduzindo a
posição vendida em dólar, em um movimento de ajuste de posições
em virtude do término do ano.

"Se o apetite do investidor estrangeiro não está grande
para o dólar, diminui a relação entre juros altos e dólar
baixo", pontuou Barbutti.

Além disso, ele lembrou que o mercado segue atento às
intervenções do governo no câmbio, o que acaba estabelecendo um
"piso" para a moeda norte-americana perto de 1,70 dólar.

(Por Nathália Ferreira; Edição de Vanessa Stelzer)