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Dólar recua após Copom, segue atento a BC e exterior

SÃO PAULO - O dólar operava em leve baixa nesta quinta-feira, dando continuidade à trajetória dos últimos três dias, enquanto os investidores monitoravam o comportamento externo e a reação interna à elevação da Selic. O Comitê de Política Monetária do Banco Central aumentou a taxa básica de juro em 0,50 ponto percentual, para 11,25 por […]

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 10h53.

SÃO PAULO - O dólar operava em leve baixa nesta quinta-feira, dando continuidade à trajetória dos últimos três dias, enquanto os investidores monitoravam o comportamento externo e a reação interna à elevação da Selic.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central aumentou a taxa básica de juro em 0,50 ponto percentual, para 11,25 por cento, na quarta-feira, em linha com a previsão da maioria dos economistas, mas sem confirmar as apostas mais agressivas que haviam surgido nos últimos dias.

Às 10h51, o dólar era vendido a 1,669 real, em queda de 0,24 por cento.

"O mercado sempre antecipa alguma coisa, quase 90 por cento dos analistas esperavam 50 pontos (básicos) de aumento na taxa, então em termos de dólar não tem muita reação", avaliou Jorge Lima, consultor financeiro da Previbank DTVM.

No comunicado que acompanhou a decisão, o Copom disse que "a alta dá início a um processo de ajuste da taxa básica de juros, cujos efeitos, somados aos de ações macroprudenciais, contribuirão para que a inflação convirja para a trajetória de metas".

A referência a ações macroprudenciais deixou claro para o mercado que mais medidas virão no futuro, provavelmente no âmbito fiscal.

"Está todo mundo esperando vir algo do Orçamento, um corte substancial no Orçamento da União", afirmou Lima, acrescentando que ainda não há certeza sobre o tamanho do corte. "Que algo vai acontecer, é fato. Vamos ver qual será a ajuda da política fiscal em relação à política monetária, porque a inflação realmente não está mostrando folga."

Segundo especialistas, o fato de o BC ter mencionado as ações macroprudenciais também indica que o ciclo de aperto monetário deverá ser menor do que se imaginava.

"O real vai continuar se apreciando porque quanto maior a taxa de juro, mais ela fica atrativa para o investidor externo, mais dinheiro vai vir. Mas quando você usa uma política fiscal mais rigorosa, talvez não seja necessário subir tanto o juro", explicou Lima.

Além do Copom, o mercado de câmbio sofre influência nesta sessão do comportamento externo, em que o dólar perde força por conta de vendas da moeda por fundos soberanos já de olho no final do mês, e com expectativas de progresso na busca por uma maneira sustentável de amenizar a crise de dívida da zona do euro.

O dólar cedia 0,11 por cento frente a uma cesta de moedas, enquanto o euro ganhava 0,18 por cento, a 1,3502 dólar .

Internamente, os players evitam derrubar muito a cotação por causa da presença do Banco Central. A expectativa é de que se a moeda norte-americana se depreciar muito, as intervenções podem ser reforçadas. O BC vem realizando os leilões diários de compra de dólares no mercado à vista, mas ainda não fez nenhum leilão de swap cambial reverso desde que retomou essa operação com a venda equivalente a 988 milhões de dólares, na sexta-feira passada.

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