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Braskem recua mais de 4% em meio a incerteza sobre venda

Grupo holandês está receoso em comprar a companhia em meio a problemas com projeto de extração em Alagoas

Braskem: ações em queda com projeto problemático em Alagoas (Luke Sharrett/Bloomberg)

Braskem: ações em queda com projeto problemático em Alagoas (Luke Sharrett/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2019 às 11h03.

Última atualização em 24 de maio de 2019 às 18h27.

São Paulo - As ações da empresa petroquímica Braskem fecharam em baixa de quase 4% nesta sexta-feira (24), cotadas a R$ 15,32, após o jornal “O Estado de São Paulo” noticiar que as negociações sobre a venda da companhia esfriaram.

Segundo o jornal, o grupo espanhol Lyondell estaria reticente em comprar a Braskem diante das complicações com o projeto de extração de sal-gema em Alagoas.

Rachaduras e bloqueio da justiça

O processo de obtenção da matéria-prima afetou a estrutura geológica de bairros próximos à unidade da empresa, em Maceió, causando afundamento de terrenos e rachaduras em construções na cidade. O problema levou o Ministério Público de Alagoas a pedir o bloqueio de R$ 6,7 bilhões da empresa.

A Justiça bloqueou R$ 100 milhões e impediu a distribuição de R$ 2,7 bilhões em dividendos aos acionistas. A decisão tirou mais de R$ 1 bilhão da holding Odebrecht, que passa por dificuldade de caixa.

A questão, segundo o jornal, é que a Lyondell não quer se arriscar em comprar a Braskem enquanto essa conta não for definida. Também pesou a suspensão das negociações dos papéis da Braskem na Bolsa de Nova York (Nyse) pela não entrega do formulário 20-F de 2017.

Procurada pela EXAME, a empresa informou em nota que pretende apresentar os recursos cabíveis. Comunicou, ainda, que "continuará a dedicar esforços e recursos significativos para o arquivamento dos Formulários 20-F referentes a 2017 e 2018 o mais rápido possível, com o objetivo de retomar a negociação de suas ADSs na NYSE".

Sobre Alagoas, a Braskem informou que poderá entender quais as soluções definitivas aplicadas para o bairro "a partir de um diagnóstico correto".

Problemas crescentes

Controlada pela Odebrecht e com participação expressiva da Petrobras, a Braskem passa por problemas crescentes após o fenômeno geológico que atingiu o bairro da capital alagoana. No quarto trimestre de 2018, a petroquímica reportou prejuízo líquido de R$ 179 milhões, revertendo o lucro de R$ 313 milhões de um ano antes. 

No acumulado do mês de maio, os papéis da Braskem perdem cerca de 14%.

 

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