Exame Logo

Brasil está melhor que país que perdeu rating, diz Moody's

Após 2017, no entanto, "existe uma chance" de o Brasil se estabilizar com crescimento de cerca de 2% e superávit primário em torno de 2 por cento do PIB

A agência de classificação de risco Moody's: Leos disse, em um evento em Nova York, que a Moody's espera que a recessão no país se prolongue até o próximo ano, elevando a dívida do país a cerca de 70 por cento do Produto Interno Bruto (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 13h27.

Por Walter Brandimarte - O Brasil ainda está em condição melhor do que países que perderam o selo de bom pagador, apesar da forte deterioração da economia, disse o analista da Moody's Investors Service Mauro Leos nesta terça-feira.

Leos disse, em um evento em Nova York, que a Moody's espera que a recessão no país se prolongue até o próximo ano, elevando a dívida do país a cerca de 70 por cento do Produto Interno Bruto ( PIB ).

Após 2017, no entanto, "existe uma chance" de o Brasil se estabilizar com crescimento de cerca de 2 por cento e superávit primário em torno de 2 por cento do PIB, disse ele na conferência organizada pelo Conselho das Américas.

Isso poderia marcar o surgimento de um "Brasil diferente, esperançosamente um Brasil mais estável, mesmo com crescimento menor", disse Leos.

Seus comentários vêm duas semanas depois após a Standard & Poor's rebaixar o Brasil e retirar seu grau de investimento, pondo os investidores em alerta para um segundo movimento, potencialmente mais danoso, de outra agência.

A perspectiva de Leos sugeriu que a Moody's poderia manter a classificação de grau de investimento do país se a presidente Dilma Rousseff estabilizar com sucesso as finanças públicas e retirar a economia da recessão no próximo ano.

"Nós estamos tentando reagir (à crise do Brasil) sem exagerar", disse Leos.

Um segundo rebaixamento pode ter impacto no mercado ainda maior do que o primeiro, porque muitos investidores estão impedidos de deter títulos que não são classificados como grau de investimento por pelo menos duas das três principais agências de rating.

A Moody's cortou o rating do Brasil para um degrau antes de perder o selo de bom pagador há menos de dois meses, com perspectiva estável. A Fitch classifica o país dois níveis acima do grau especulativo, com perspectiva negativa.

Alcançar superávit primário em 2016 será crucial para o Brasil estabilizar as finanças e sua classificação de risco, disse Leos, acrescentando que a recriação de um imposto sobre transações financeiras, a antiga CPMF, parece inevitável agora.

"Talvez não seja a solução mais eficiente, mas é possivelmente a única solução." A Moody's está monitorando se Dilma vai obter consenso político suficiente para as medidas de austeridade necessárias para fechar o déficit orçamentário.

O início de um processo formal de impeachment contra ela não seria positivo, uma vez que aumentaria incertezas, disse Leos. "Isso não está em nossos cenários", acrescentou.

Veja também

Por Walter Brandimarte - O Brasil ainda está em condição melhor do que países que perderam o selo de bom pagador, apesar da forte deterioração da economia, disse o analista da Moody's Investors Service Mauro Leos nesta terça-feira.

Leos disse, em um evento em Nova York, que a Moody's espera que a recessão no país se prolongue até o próximo ano, elevando a dívida do país a cerca de 70 por cento do Produto Interno Bruto ( PIB ).

Após 2017, no entanto, "existe uma chance" de o Brasil se estabilizar com crescimento de cerca de 2 por cento e superávit primário em torno de 2 por cento do PIB, disse ele na conferência organizada pelo Conselho das Américas.

Isso poderia marcar o surgimento de um "Brasil diferente, esperançosamente um Brasil mais estável, mesmo com crescimento menor", disse Leos.

Seus comentários vêm duas semanas depois após a Standard & Poor's rebaixar o Brasil e retirar seu grau de investimento, pondo os investidores em alerta para um segundo movimento, potencialmente mais danoso, de outra agência.

A perspectiva de Leos sugeriu que a Moody's poderia manter a classificação de grau de investimento do país se a presidente Dilma Rousseff estabilizar com sucesso as finanças públicas e retirar a economia da recessão no próximo ano.

"Nós estamos tentando reagir (à crise do Brasil) sem exagerar", disse Leos.

Um segundo rebaixamento pode ter impacto no mercado ainda maior do que o primeiro, porque muitos investidores estão impedidos de deter títulos que não são classificados como grau de investimento por pelo menos duas das três principais agências de rating.

A Moody's cortou o rating do Brasil para um degrau antes de perder o selo de bom pagador há menos de dois meses, com perspectiva estável. A Fitch classifica o país dois níveis acima do grau especulativo, com perspectiva negativa.

Alcançar superávit primário em 2016 será crucial para o Brasil estabilizar as finanças e sua classificação de risco, disse Leos, acrescentando que a recriação de um imposto sobre transações financeiras, a antiga CPMF, parece inevitável agora.

"Talvez não seja a solução mais eficiente, mas é possivelmente a única solução." A Moody's está monitorando se Dilma vai obter consenso político suficiente para as medidas de austeridade necessárias para fechar o déficit orçamentário.

O início de um processo formal de impeachment contra ela não seria positivo, uma vez que aumentaria incertezas, disse Leos. "Isso não está em nossos cenários", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingeconomia-brasileiraMercado financeiroMoody'sRating

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame