Brasil a caminho de mais upgrades após liderar aumentos
Custo para proteger títulos brasileiros durante 5 anos de calote, medido pelo CDS, está abaixo de outros emergentes, como a Rússia
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2011 às 16h45.
Nova York - O Brasil, país que mais recebeu aumentos na nota de crédito desde 2004, está a caminho de mais upgrades com a aceleração do crescimento econômico, como mostram os negócios com contratos de proteção contra inadimplência, conhecidos como CDS.
O custo para proteger títulos da dívida brasileira de falta de pagamento durante cinco anos está em 118 pontos-base, ou 40 pontos abaixo dessa taxa para contratos similares para a dívida soberana da Rússia, que tem nota de crédito um nível acima do Brasil na escala da Moody’s Investors Service, segundo dados fornecidos pela CMA. Os títulos brasileiros em dólares com vencimento em 2019 rendem 40 pontos-base, ou 0,4 ponto percentual, a menos do que papéis de prazo similar da África do Sul, que tem classificação de risco dois níveis maior, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Esta semana, a nota brasileira foi elevada pela décima quinta vez em sete ano, em meio ao corte de gastos públicos e ao aumento do juro básico para conter a inflação, depois do crescimento econômico mais forte em duas décadas. O Produto Interno Bruto pode se expandir 4 por cento este ano, após o crescimento de 7,5 por cento em 2010, segundo uma pesquisa da Bloomberg com o mercado.
“Novos aumentos da nota no futuro são muito factíveis”, disse Marcelo Salomon, economista-chefe do Barclays Plc em Nova York. “Tudo depende de como o governo vai usar a política monetária para trazer a inflação para a meta.”
O rendimento médio dos títulos brasileiros em dólares caiu 52 pontos-base este ano para o menor nível em sete meses de 4,99 por cento, de acordo com o JPMorgan Chase & Co. O principal índice para títulos de mercados emergentes do JPMorgan subiu sete pontos-base no mesmo período.
Orçamento de Lula
A Moody’s elevou a classificação do Brasil para Baa2, o segundo menor na escala de grau de investimento, em 20 de junho, dois meses após a Fitch Ratings ter dado ao País a nota equivalente, em BBB. Em 23 de maio, a Standard & Poor’s melhorou para positiva a perspectiva para sua nota BBB- dada ao Brasil. Desde o início de 2004, a Moody’s subiu a classificação brasileira seis vezes, enquanto a Fitch deu cinco upgrages ao País e a S&P quatro.
A Presidente Dilma Rousseff prometeu cortar os gastos no orçamento deste ano em R$ 50,7 bilhões para ajudar a segurar a inflação, que chegou ao maior nível em seis anos de 6,55 por cento nos 12 meses até meados de junho, de acordo com o último Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15. O Comitê de Política Monetária do Banco Central, liderado pelo presidente Alexandre Tombini, aumentou a taxa básica Selic em 150 pontos- base este ano para o maior patamar em dois anos, de 12,25 por cento.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conteve gastos durante seus oito de mandato, ajudando a reduzir a dívida líquida para o equivalente a 40 por cento do PIB em abril, contra 47 por cento em 2006.
Empréstimos do BNDES
Apesar de a queda do nível de endividamento ter colaborado para os aumentos na nota de crédito, a maior concessão de crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ajuda a elevar a dívida bruta do governo. A dívida bruta deu um salto para 60,8 por cento do PIB no fim de 2010, a maior taxa em pelo menos 2004.
A incapacidade de conter o crédito subsidiado concedido pelo BNDES pode dificultar a melhoras adicionais na classificação da dívida do Brasil, disse Sebastian Briozzo, analista da S&P em Buenos Aires. Com o objetivo de fomentar o crescimento econômico, o BNDES, sediado no Rio de Janeiro, liberou R$ 168,4 bilhões em novos financiamentos no ano passado, contra R$ 137,4 bilhões em 2009.
“É importante para nós a garantia de que o crescimento do crédito será mais moderado”, disse Briozzo em entrevista por telefone. “O BNDES cresceu muito rápido em 2009 e 2010.”
Ligações e e-mails da Bloomberg para o Tesouro Nacional ontem, feriado de Corpus Christi, não foram respondidos.
O Brasil precisa continuar reduzindo as taxas de endividamento e baixar a inflação para dentro da meta de 2,5 por cento a 6,5 por cento para obter novos aumentos da nota de crédito, disse Mauro Leos, analista da Moody’s em Nova York.
“O Brasil precisaria garantir diretrizes orçamentárias de médio prazo que incorporam a redução da taxa de endividamento do governo e a confirmação de que a economia como um todo caminha para uma trajetória mais baixa e sustentável em termos de crescimento do PIB e inflação”, disse Leos em entrevista por telefone de Nova York. “Esses são os dois principais elementos. Se eles não fizerem isso, vão continuar parados nessa categoria iniciante.”
Nova York - O Brasil, país que mais recebeu aumentos na nota de crédito desde 2004, está a caminho de mais upgrades com a aceleração do crescimento econômico, como mostram os negócios com contratos de proteção contra inadimplência, conhecidos como CDS.
O custo para proteger títulos da dívida brasileira de falta de pagamento durante cinco anos está em 118 pontos-base, ou 40 pontos abaixo dessa taxa para contratos similares para a dívida soberana da Rússia, que tem nota de crédito um nível acima do Brasil na escala da Moody’s Investors Service, segundo dados fornecidos pela CMA. Os títulos brasileiros em dólares com vencimento em 2019 rendem 40 pontos-base, ou 0,4 ponto percentual, a menos do que papéis de prazo similar da África do Sul, que tem classificação de risco dois níveis maior, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Esta semana, a nota brasileira foi elevada pela décima quinta vez em sete ano, em meio ao corte de gastos públicos e ao aumento do juro básico para conter a inflação, depois do crescimento econômico mais forte em duas décadas. O Produto Interno Bruto pode se expandir 4 por cento este ano, após o crescimento de 7,5 por cento em 2010, segundo uma pesquisa da Bloomberg com o mercado.
“Novos aumentos da nota no futuro são muito factíveis”, disse Marcelo Salomon, economista-chefe do Barclays Plc em Nova York. “Tudo depende de como o governo vai usar a política monetária para trazer a inflação para a meta.”
O rendimento médio dos títulos brasileiros em dólares caiu 52 pontos-base este ano para o menor nível em sete meses de 4,99 por cento, de acordo com o JPMorgan Chase & Co. O principal índice para títulos de mercados emergentes do JPMorgan subiu sete pontos-base no mesmo período.
Orçamento de Lula
A Moody’s elevou a classificação do Brasil para Baa2, o segundo menor na escala de grau de investimento, em 20 de junho, dois meses após a Fitch Ratings ter dado ao País a nota equivalente, em BBB. Em 23 de maio, a Standard & Poor’s melhorou para positiva a perspectiva para sua nota BBB- dada ao Brasil. Desde o início de 2004, a Moody’s subiu a classificação brasileira seis vezes, enquanto a Fitch deu cinco upgrages ao País e a S&P quatro.
A Presidente Dilma Rousseff prometeu cortar os gastos no orçamento deste ano em R$ 50,7 bilhões para ajudar a segurar a inflação, que chegou ao maior nível em seis anos de 6,55 por cento nos 12 meses até meados de junho, de acordo com o último Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15. O Comitê de Política Monetária do Banco Central, liderado pelo presidente Alexandre Tombini, aumentou a taxa básica Selic em 150 pontos- base este ano para o maior patamar em dois anos, de 12,25 por cento.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conteve gastos durante seus oito de mandato, ajudando a reduzir a dívida líquida para o equivalente a 40 por cento do PIB em abril, contra 47 por cento em 2006.
Empréstimos do BNDES
Apesar de a queda do nível de endividamento ter colaborado para os aumentos na nota de crédito, a maior concessão de crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ajuda a elevar a dívida bruta do governo. A dívida bruta deu um salto para 60,8 por cento do PIB no fim de 2010, a maior taxa em pelo menos 2004.
A incapacidade de conter o crédito subsidiado concedido pelo BNDES pode dificultar a melhoras adicionais na classificação da dívida do Brasil, disse Sebastian Briozzo, analista da S&P em Buenos Aires. Com o objetivo de fomentar o crescimento econômico, o BNDES, sediado no Rio de Janeiro, liberou R$ 168,4 bilhões em novos financiamentos no ano passado, contra R$ 137,4 bilhões em 2009.
“É importante para nós a garantia de que o crescimento do crédito será mais moderado”, disse Briozzo em entrevista por telefone. “O BNDES cresceu muito rápido em 2009 e 2010.”
Ligações e e-mails da Bloomberg para o Tesouro Nacional ontem, feriado de Corpus Christi, não foram respondidos.
O Brasil precisa continuar reduzindo as taxas de endividamento e baixar a inflação para dentro da meta de 2,5 por cento a 6,5 por cento para obter novos aumentos da nota de crédito, disse Mauro Leos, analista da Moody’s em Nova York.
“O Brasil precisaria garantir diretrizes orçamentárias de médio prazo que incorporam a redução da taxa de endividamento do governo e a confirmação de que a economia como um todo caminha para uma trajetória mais baixa e sustentável em termos de crescimento do PIB e inflação”, disse Leos em entrevista por telefone de Nova York. “Esses são os dois principais elementos. Se eles não fizerem isso, vão continuar parados nessa categoria iniciante.”