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Bovespa sobe 3,5% após pesquisa CNI/Ibope

Índice da Bolsa de São Paulo teve a maior alta em quase sete meses em um pregão de forte volume financeiro


	Telão da Bovespa: índice subiu 3,5 por cento, a 49.646 pontos, sua maior valorização desde 2 de setembro de 2013
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Telão da Bovespa: índice subiu 3,5 por cento, a 49.646 pontos, sua maior valorização desde 2 de setembro de 2013 (Alexandre Battibugli/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2014 às 18h12.

São Paulo - A Bovespa teve sua maior alta em quase sete meses nesta quinta-feira, em um pregão de forte volume financeiro, com investidores indo às compras após pesquisa CNI/Ibope mostrar que a aprovação do governo de Dilma Rousseff caiu em março, apesar da presidente ainda manter liderança em pesquisas eleitorais.

O Ibovespa subiu 3,5 por cento, a 49.646 pontos, sua maior valorização desde 2 de setembro de 2013, quando avançou 3,65 por cento. O giro financeiro do pregão foi expressivo, de 10,4 bilhões de reais, ante volume médio diário neste ano de 6,37 bilhões de reais, segundo dados da BM&FBovespa. As ações das estatais Eletrobras e Petrobras , que registraram suas maiores altas em quase 10 meses, e do Banco do Brasil apareceram entre as maiores valorizações do índice. Mas a bolsa teve alta generalizada, apesar da queda de Wall Street.

A pesquisa CNI/Ibope mostrou que o percentual dos que consideram o governo Dilma ótimo ou bom caiu para 36 por cento em março, ante 43 por cento em novembro do ano passado. A aprovação pessoal de Dilma e a confiança na presidente registraram a primeira queda desde julho de 2013.

O mercado, cético em relação à capacidade do governo de cumprir metas fiscais e ressentido com o gerenciamento das empresas estatais, reagiu bem ao resultado da pesquisa desta quinta-feira, mesmo após pesquisa de intenção de voto do Ibope na semana passada mostrar estabilidade na corrida presidencial e apontar vitória de Dilma no primeiro turno. "A pesquisa trouxe uma 'mini-euforia'", disse o sócio da Zenith Asset Management Guilherme Sand. "Mas essa alta parece um pouco exagerada, pois a eleição ainda está muito longe, temos a Copa do Mundo pela frente e vários fatores podem tanto ajudar quanto prejudicar a Dilma", completou.

Para o economista Gustavo Mendonça, da Saga Capital, o movimento do mercado nesta quinta-feira refletiu a perspectiva de que a política econômica pode mudar no curto prazo devido à crescente desaprovação do governo e ao rebaixamento da nota da dívida soberana por parte da Standard & Poor's nesta semana.

"O rali só vai durar se realmente houver um fluxo de notícias dando suporte a essa crença", afirmou.

Com a alta desta sessão, o Ibovespa firmou sua oitava sessão no azul das últimas nove, em movimento atribuído em partes por especialistas à entrada de estrangeiros. Tais investidores ingressaram com 1,58 bilhão de reais na Bovespa em março até o dia 25, segundo dado da BM&FBovespa.

"Estamos em ...processo de reversão de tendência que deve se estabelecer nas próximas sessões", disse o analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora. Segundo ele, o setor de materiais básicos, principalmente ações ligadas a commodities como Petrobras, Vale e Usiminas, estão subindo bem, como em agosto do ano passado, quando houve um rali de nove altas consecutivas. "O índice caminha no curto prazo rumo ao objetivo dos 50 mil pontos, e, em seguida, rumo aos 51.500", disse Figueredo.

Apenas a preferencial da operadora Oi, e a ação empresa de diagnósticos Dasa fecharam em queda entre os 73 ativos do Ibovespa, mas com variações pouco significativas.

Matéria atualizada às 18h11min do mesmo dia, para adicionar informações do fechamento de mercado.

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