Bovespa fecha no azul, mas cai mais de 3% na semana
Entre os fatores que ampararam os ganhos, os números da inflação oficial em 12 meses até fevereiro sinalizaram alta de 4,76%, perto do centro da meta
Reuters
Publicado em 10 de março de 2017 às 19h19.
São Paulo - O mercado acionário brasileiro fechou no azul nesta sexta-feira, após cair nos quatro pregões anteriores, encontrando suporte nos dados da inflação local abaixo do esperado, embora a queda nos preços do petróleo e a cautela política tenham limitado a recuperação.
O Ibovespa teve variação positiva de 0,14 por cento, a 64.675 pontos. Na semana, o índice caiu 3,16 por cento. O giro financeiro foi de 8,83 bilhões de reais.
Na máxima da sessão, o Ibovespa subiu 1,76 por cento, tendo recuado 0,18 por cento no pior momento do dia.
Entre os fatores que ampararam os ganhos, os números da inflação oficial do país em 12 meses até fevereiro sinalizaram alta de 4,76 por cento, perto do centro da meta oficial e abaixo da expectativa em pesquisa Reuters, de avanço de 4,88 por cento.
Os indicadores do mercado de trabalho dos Estados Unidos também respaldaram o tom positivo da bolsa paulista.
A criação de vagas veio maior que a esperada, mas não trouxe sinalizações de pressão inflacionária, reforçando a expectativa de que o ritmo de alta de juros norte-americanos deve seguir em ritmo gradual.
A queda nos preços do petróleo, no entanto, tirou o fôlego do mercado acionário brasileiro, abrindo espaço para cautela no cenário político.
Entre os destaques, investidores aguardam a divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de abertura de inquérito para políticos citados em delações no âmbito da Lava Jato.
"Continua a cena política de delações e as notícias boas não são o bastante para suportar (o viés de alta)", disse o gestor Marco Tulli Siqueira, da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores.
Destaques
- ECORODOVIAS ON subiu 6,16 por cento, tendo a segunda maior alta do Ibovespa, em dia de queda nas taxas de juros futuros. Também esteve no radar o leilão de rodovias no Centro Oeste Paulista, vencido pelo Pátria Infraestrutura III. Segundo analistas, o resultado do leilão foi bem recebido por mostrar disciplina financeira da Ecorodovias e por marcar a esteira de um novo participante no setor.
- RUMO LOGÍSTICA ganhou 4,47 por cento, também entre os destaques positivos do índice, em meio à queda das taxas de juros futuros, o que ajudou as ações de concessionárias como um todo. CCR ON avançou 4,09 por cento, ganhando impulso adicional da informação de que o valor da compra da participação do grupo Odebrecht na concessionária ViaRio foi reduzido em cerca de 75 por cento, para 61,5 milhões de reais.
- MULTIPLAN ON ganhou 0,94 por cento. A gestora de shopping centers de alto padrão teve queda de cerca de 38 por cento no lucro líquido do quarto trimestre ante um ano antes, mas apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 239,8 milhões de reais, alta de 5,5 por cento sobre o quarto trimestre de 2015.
- PETROBRAS PN caiu 1,31 por cento e PETROBRAS ON recuou 0,14 por cento, anulando os ganhos vistos mais cedo, conforme os preços do petróleo no mercado internacional também inverteram o sinal. No melhor momento do dia, as ações preferenciais subiram 2,6 por cento. A fraqueza da commodity acabou ofuscando o otimismo com a liberação pela Justiça para a petrolífera seguir com a operação de venda de fatia na Nova Transportadora do Sudeste (NTS).
- VALE PNA teve baixa de 2,29 por cento e VALE ON perdeu 1,76 por cento, apesar da leve recuperação nos preços do minério de ferro na China, embora a queda acumulada na semana tenha sido a maior das últimas cinco semanas.