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Bovespa fecha em queda pressionada por Petrobras

Por Sueli Campo São Paulo - A maior oferta de ações da história mundial provocou ajustes em praticamente todos os papéis da Bovespa, incluindo os de Petrobras, assumindo trajetória independente de Nova York. As preferenciais da estatal caíram 1,87% e as ordinárias cederam 1,98%, contribuindo para o fechamento negativo de 0,87% do Ibovespa, aos 68.196,48 […]

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2010 às 14h55.

Por Sueli Campo

São Paulo - A maior oferta de ações da história mundial provocou ajustes em praticamente todos os papéis da Bovespa, incluindo os de Petrobras, assumindo trajetória independente de Nova York. As preferenciais da estatal caíram 1,87% e as ordinárias cederam 1,98%, contribuindo para o fechamento negativo de 0,87% do Ibovespa, aos 68.196,48 pontos. As ações da estatal movimentaram o equivalente a 24,8% do volume total da Bovespa, de R$ 11 bilhões. Só a preferencial de Petrobras respondeu por um giro de R$ 2,282 bilhões. A Bolsa mudou o sentido no começo da tarde, após ter subido até 1,13% durante a manhã, para 69.571 pontos. Na semana, a Bolsa acumulou ganho de 1,65%.

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A queda dos papéis de Petrobras no primeiro pregão após a definição do preço da oferta pública, que confirmou a expectativa de forte demanda ao levantar até R$ 120,360 bilhões, está relacionada ao desconto do preço da oferta em relação ao fechamento da véspera. O valor por ação preferencial foi definido em R$ 26,30, um desconto de 1,86% em relação ao fechamento desta quinta-feira, enquanto a ação ordinária saiu a R$ 29,65 - desconto de 1,98% sobre o valor de ontem. Os papéis convergiram hoje para o preço definido na oferta pública.

Além disso, operadores notaram vendas de Petrobras por parte de investidores que conseguiram levar um lote maior do que o esperado na oferta pública e aproveitaram para fazer caixa tendo em vista a liquidação da operação no próximo dia 29, quarta-feira. Essa também é a explicação dada para a queda de outros papéis importantes do Ibovespa nesta sexta-feira. Hoje foi o último dia para os investidores formarem caixa para pagar a operação de Petrobras, que ocorre no chamado D+3. Ou seja, o investidor vende o papel hoje para receber o dinheiro daqui a três dias úteis, exatamente no dia da liquidação financeira da oferta pública de Petrobras.

Esse movimento, associado à realização de lucros, ajuda a explicar a queda acentuada de 4,77% das ações de BM&FBovespa, que acumulam no mês ganho forte, de 10,86%. Gerdau também mergulhou no vermelho, com a siderúrgica declinando 4,64% e a metalúrgica em baixa de 4,47%. O setor bancário também operou em baixa, com Banco Brasil ON cedendo 2,10%; Bradesco PN -1,22% e Itaú Unibanco PN -0,77%.

Vale também dividiu hoje os holofotes com Petrobras, chamando a atenção pela expressiva valorização dos papéis, que lideraram os ganhos do Ibovespa. Vale ON subiu 3,44% e a PNA avançou 2,83%. Bradespar, que participa do bloco de controle da mineradora, teve alta de 2,38%. O start para as compras foi dado ontem à noite, após o fechamento do pregão, quando a mineradora anunciou um programa de recompra de ações no valor de até US$ 2 bilhões, correspondentes a 5% do número total de ações de cada espécie em circulação e que terá prazo máximo de 180 dias, encerrando-se em março de 2011.

A Vale informou também que seu Conselho de Administração deve apreciar em outubro a proposta para pagamento da segunda parcela da remuneração mínima ao acionista e pagamento de remuneração adicional. Juntas, as propostas somam US$ 1,750 bilhão.

"A distribuição de remuneração extraordinária para os acionistas mostra que a empresa está confiante na geração de caixa e que tem um plano de investimento elevado", disse um especialista. A recompra de ações também é um sinal muito positivo, pois, além de dar um "colchão de liquidez" para o vendedor, indica que a companhia considera que as ações valem mais do que o preço atual.

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