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Bovespa fecha em queda de 1,16% aos 70.367,15 pontos

Por Sueli Campo São Paulo - O medo de uma elevação de juros em breve na China para conter as pressões inflacionárias abateu os preços das commodities em geral, inclusive as agrícolas, debilitando as bolsas ao redor do mundo. A maior vítima desta sexta-feira foi a Bolsa de Xangai, que desabou 5,2%, a maior perda […]

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2010 às 17h33.

Por Sueli Campo

São Paulo - O medo de uma elevação de juros em breve na China para conter as pressões inflacionárias abateu os preços das commodities em geral, inclusive as agrícolas, debilitando as bolsas ao redor do mundo. A maior vítima desta sexta-feira foi a Bolsa de Xangai, que desabou 5,2%, a maior perda em 14 meses, espalhando aversão ao risco mundo afora. Replicando o movimento das bolsas norte-americanas, a Bovespa caiu 1,16%, aos 70.367,15 pontos, fragilizada principalmente pelas ações das produtoras de matérias-primas como Vale e Petrobras.

A Bolsa brasileira contabiliza na semana perda de 3,08%, o que a deixou com rentabilidade negativa pela primeira vez neste mês de novembro (-0,43%), mas no ano carrega ganho de 2,59%. O dia só não foi pior aqui porque o volume negociado hoje, de R$ 6,144 bilhões, ficou mais ou menos em linha com a média diária dos últimos quatro pregões (R$ 6,5 bilhões).

A decisão da China de limitar o investimento de companhias estrangeiras no mercado imobiliário doméstico a propriedades comerciais destinadas para uso próprio e de pessoas físicas estrangeiras a apenas um imóvel no país foi vista como um sinal de uma ação preparatória para uma subida na taxa de juros. Indiretamente, essa medida impede uma redução do fluxo de capital externo para países emergentes, como o Brasil.

O medo de que um aperto monetário na China, maior consumidora de metais do planeta, possa desacelerar o crescimento do país e resultar numa diminuição da demanda puxou uma onda de vendas nas commodities. O cobre caiu 3,2% em Nova York. O níquel derreteu 5,5%, atingindo a mínima em sete semanas, em Londres. Mesmo o ouro, que costuma ser um porto seguro dos investidores em momentos de maior cautela, cedeu 2,7%, também em Londres.

As ações da Vale sofreram esse impacto negativo. A PNA caiu 1,76% e a ON,1,86%. Entre as siderúrgicas, a mais penalizada foi Usiminas PNA, que cedeu 1,69%. CSN ON se desvalorizou 1,03% e Gerdau PN, -1,06%.

Mesmo já tendo antecipado um balanço fraco da Petrobras nos últimos dias, os investidores continuaram vendendo ações da estatal nesta sexta-feira, após a empresa ter informando ontem à noite lucro de R$ 8,566 bilhões no terceiro trimestre, abaixo da média das projeções colhidas pela Agência Estado, que apontavam para R$ 90,2 bilhões. O Ebtida também decepcionou, ao registrar R$ 14,736 bilhões, quando o esperado por analistas era R$ 16,08 bilhões. A decepção maior, no entanto, foi com o resultado operacional, prejudicado pelo valor menor do barril no período e aumento dos custos de produção e refino. Petrobras PN caiu 3,26%, acompanhada de giro alto, de R$ 1,085 bilhão (17,67% do total da Bolsa). A ON se desvalorizou 3,32%. O balanço da companhia, segundo operadores, alimentou o jogo de apostas do vencimento de opções sobre ações na terça-feira, dia 16, quando o mercado retorna do feriado doméstico.

A depreciação do petróleo no exterior, cujo preço veio abaixo de US$ 85 por barril em Nova York, queda de 3,34% (US$ 84,88), também não ajudou em nada as ações de Petrobras. Além da China, pesou sobre a commodity relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) informando que enxerga riscos de uma bolha nos preços do petróleo. A entidade acredita que o crescimento econômico mundial será mais fraco em 2011, o que não dá suporte para a manutenção das cotações elevadas.

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