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Bovespa fecha em queda com exterior e rumores sobre rating

O Ibovespa encerrou o dia em queda de mais de 3%, com rumores de eventual novo corte da classificação de crédito do Brasil

Bolsa de valores de São Paulo, a Bovespa (Paulo Fridman/Bloomberg News)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 18h15.

Sâo Paulo - O principal índice da Bovespa encerrou a sexta-feira em forte queda, pulverizando boa parte dos ganhos da semana, com rumores de eventual novo corte da classificação de crédito do Brasil acentuando a pressão negativa já infligida pelo cenário externo.

O Ibovespa caiu 2,65 por cento, a 47.264 pontos. Na mínima, chegou a recuar mais de 3 por cento. O giro financeiro totalizou 8,2 bilhões de reais.

Na semana, o índice de referência contabilizou um ganho de 1,86 por cento. Até a véspera, o ganho superava 4,5 por cento.

De acordo com cinco profissionais da área de renda variável ouvidos pela Reuters, boatos sobre eventual novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil por uma grande agência de risco se espalharam no mercado.

"Está como rastilho de pólvora nas mesas", disse um desses profissionais.

Após a Standard & Poor's cortar a nota do Brasil para o nível especulativo no início deste mês, agentes financeiros passaram a especular sobre qual seria a atitude das duas demais grandes agências: Moody's e Fitch Ratings.

A Fitch afirmou no início de setembro ver elementos apoiando o selo de bom pagador para o Brasil, mas que havia chance superior a 50 por cento de rebaixar o país. Um corte em um degrau ainda manteria o grau de investimento pela agência. Nesta sexta-feira, a Fitch disse que a queda dos preços das commodities e a desaceleração econômica da China são testes para os países da América Latina.

Já a Moody's rebaixou o Brasil no início de agosto, também mantendo o país no nível grau de investimento e com perspectiva estável, assim como elogiou as últimas medidas fiscais anunciadas pelo governo.

A falta de sinais de progresso nas negociações em Brasília visando o ajuste das contas públicas tem endossado o ceticismo quanto à recuperação do quadro econômico, o que alimenta especulações sobre novo rebaixamento.

A Receita Federal informou nesta sexta-feira que a arrecadação recuou 9,3 por cento em agosto, para 93,738 bilhões de reais, no pior desempenho para o mês desde 2010.

Em Wall Street, os principais índices acionários também fecharam em forte queda, com o S&P 500 recuando 1,61 por cento, após decisão do Federal Reserve de não elevar os juros reforçar preocupações sobre o crescimento global.

O último pregão da semana na Bovespa ainda foi marcado pelo rebalanceamento semianual de séries do índice global de ações FTSE para América Latina, que passa a vigorar após o fechamento.

DESTAQUES

Itaú Unibanco e Bradesco caíram 3,93 e 5,43 por cento, respectivamente, respondendo pela principal pressão negativa do Ibovespa dado o relevante peso que têm juntos na composição do índice. No caso de Bradesco, que até quinta-feira acumulava ganho de mais de 10 por cento na semana , a queda desta sexta-feira foi a maior do ano. Banco do Brasil desabou 5,61 por cento.

Petrobras fechou com queda de 3,31 por cento nas preferenciais e de 3,99 por cento nas ordinárias, afetada pelo declínio dos preços do petróleo . As ações preferenciais recuaram para 7,60 reais, renovando o menor patamar de fechamento desde agosto de 2004.

Grupo Pão de Açúcar despencou 6,97 por cento, em nova sessão de queda relevante. O banco UBS cortou o preço-alvo da ação de 97 para 91 reais, citando que reflete a menor contribuição da Via Varejo, enquanto manteve a recomendação de "compra".

Vale terminou com as preferenciais de classe A em alta de 1,02 por cento e as ordinárias com ganho de 2,15 por cento, em dia de avanço dos preços do minério de ferro na China. Agentes financeiros também estão na expectativa do pagamento da segunda parcela de dividendos da empresa, previsto para outubro.

CSN subiu 6,09 por cento, conforme o dólar avançou ante o real para acima de 3,95 reais na máxima, tendo como pano de fundo anúncios recente de reajuste de preços no setor siderúrgico, além de operações no mercado de aluguel de ações. Usiminas subiu 0,69 por cento e Gerdau encerrou em queda de 1,24 por cento.

Oi experimentou nova sessão de alta, com ganho de 1,31 por cento, em meio a operações no mercado de aluguel de ações, tendo como pano de fundo o processo conversão das ações preferenciais da operadora em ordinárias. Proprietários dos papéis que alugaram as ações e têm interesse em participar da conversão estão pedindo os papéis de volta, o que cria uma demanda de compra no mercado à vista, uma vez que há escassez dos papéis no mercado de aluguel.

AES Eletropaulo, que não está no Ibovespa, caiu 4,03 por cento, após a empresa informar na véspera que um primeiro laudo pericial da disputa com a Eletrobras envolvendo dívida estimada em 1,7 bilhão de reais foi desfavorável à empresa quanto à responsabilidade pelo pagamento do saldo do empréstimo.

Texto atualizado às 18h15

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Sâo Paulo - O principal índice da Bovespa encerrou a sexta-feira em forte queda, pulverizando boa parte dos ganhos da semana, com rumores de eventual novo corte da classificação de crédito do Brasil acentuando a pressão negativa já infligida pelo cenário externo.

O Ibovespa caiu 2,65 por cento, a 47.264 pontos. Na mínima, chegou a recuar mais de 3 por cento. O giro financeiro totalizou 8,2 bilhões de reais.

Na semana, o índice de referência contabilizou um ganho de 1,86 por cento. Até a véspera, o ganho superava 4,5 por cento.

De acordo com cinco profissionais da área de renda variável ouvidos pela Reuters, boatos sobre eventual novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil por uma grande agência de risco se espalharam no mercado.

"Está como rastilho de pólvora nas mesas", disse um desses profissionais.

Após a Standard & Poor's cortar a nota do Brasil para o nível especulativo no início deste mês, agentes financeiros passaram a especular sobre qual seria a atitude das duas demais grandes agências: Moody's e Fitch Ratings.

A Fitch afirmou no início de setembro ver elementos apoiando o selo de bom pagador para o Brasil, mas que havia chance superior a 50 por cento de rebaixar o país. Um corte em um degrau ainda manteria o grau de investimento pela agência. Nesta sexta-feira, a Fitch disse que a queda dos preços das commodities e a desaceleração econômica da China são testes para os países da América Latina.

Já a Moody's rebaixou o Brasil no início de agosto, também mantendo o país no nível grau de investimento e com perspectiva estável, assim como elogiou as últimas medidas fiscais anunciadas pelo governo.

A falta de sinais de progresso nas negociações em Brasília visando o ajuste das contas públicas tem endossado o ceticismo quanto à recuperação do quadro econômico, o que alimenta especulações sobre novo rebaixamento.

A Receita Federal informou nesta sexta-feira que a arrecadação recuou 9,3 por cento em agosto, para 93,738 bilhões de reais, no pior desempenho para o mês desde 2010.

Em Wall Street, os principais índices acionários também fecharam em forte queda, com o S&P 500 recuando 1,61 por cento, após decisão do Federal Reserve de não elevar os juros reforçar preocupações sobre o crescimento global.

O último pregão da semana na Bovespa ainda foi marcado pelo rebalanceamento semianual de séries do índice global de ações FTSE para América Latina, que passa a vigorar após o fechamento.

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Itaú Unibanco e Bradesco caíram 3,93 e 5,43 por cento, respectivamente, respondendo pela principal pressão negativa do Ibovespa dado o relevante peso que têm juntos na composição do índice. No caso de Bradesco, que até quinta-feira acumulava ganho de mais de 10 por cento na semana , a queda desta sexta-feira foi a maior do ano. Banco do Brasil desabou 5,61 por cento.

Petrobras fechou com queda de 3,31 por cento nas preferenciais e de 3,99 por cento nas ordinárias, afetada pelo declínio dos preços do petróleo . As ações preferenciais recuaram para 7,60 reais, renovando o menor patamar de fechamento desde agosto de 2004.

Grupo Pão de Açúcar despencou 6,97 por cento, em nova sessão de queda relevante. O banco UBS cortou o preço-alvo da ação de 97 para 91 reais, citando que reflete a menor contribuição da Via Varejo, enquanto manteve a recomendação de "compra".

Vale terminou com as preferenciais de classe A em alta de 1,02 por cento e as ordinárias com ganho de 2,15 por cento, em dia de avanço dos preços do minério de ferro na China. Agentes financeiros também estão na expectativa do pagamento da segunda parcela de dividendos da empresa, previsto para outubro.

CSN subiu 6,09 por cento, conforme o dólar avançou ante o real para acima de 3,95 reais na máxima, tendo como pano de fundo anúncios recente de reajuste de preços no setor siderúrgico, além de operações no mercado de aluguel de ações. Usiminas subiu 0,69 por cento e Gerdau encerrou em queda de 1,24 por cento.

Oi experimentou nova sessão de alta, com ganho de 1,31 por cento, em meio a operações no mercado de aluguel de ações, tendo como pano de fundo o processo conversão das ações preferenciais da operadora em ordinárias. Proprietários dos papéis que alugaram as ações e têm interesse em participar da conversão estão pedindo os papéis de volta, o que cria uma demanda de compra no mercado à vista, uma vez que há escassez dos papéis no mercado de aluguel.

AES Eletropaulo, que não está no Ibovespa, caiu 4,03 por cento, após a empresa informar na véspera que um primeiro laudo pericial da disputa com a Eletrobras envolvendo dívida estimada em 1,7 bilhão de reais foi desfavorável à empresa quanto à responsabilidade pelo pagamento do saldo do empréstimo.

Texto atualizado às 18h15

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