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Bovespa fecha em alta guiada por Bradesco e acompanhando NY

A Bovespa engatou a segunda alta consecutiva, guiada pelo forte avanço das ações do Bradesco e amparada nos ganhos de Wall Street


	Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: de acordo com dados preliminares, o Ibovespa subiu 1,06 por cento, a 47.344 pontos
 (Nacho Doce/Reuters)

Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: de acordo com dados preliminares, o Ibovespa subiu 1,06 por cento, a 47.344 pontos (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 17h52.

São Paulo - A Bovespa engatou a segunda alta consecutiva nesta terça-feira, amparada nos ganhos iniciais em Wall Street, com as ações do Bradesco entre as maiores contribuições positivas, mas em um pregão de baixo volume de negócios, sugerindo cautela com os cenários político e econômico do país.

O Ibovespa subiu 0,86 por cento, a 47.247 pontos. O giro financeiro somou 5,6 bilhões de reais, ante média diária no ano de 6,8 bilhões de reais.

"O cenário não mudou em nada", disse o gestor Julio Erse, sócio da admintradora de recursos ConstanciaNP.

Ele atribuiu os ganhos à atuação de estrangeiros, enquanto vê investidores locais reticentes diante de ruídos sobre a permanência de Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda e resultados corporativos fracos, entre outros fatores.

Para o trader Thiago Montenegro, da Quantitas, o desempenho do mercado encontrou suporte no cenário externo, apesar da agenda doméstica carregada, com eventos relevantes em Brasília, como a análise de vetos presidenciais.

Ele também chamou a atenção para movimento de cobertura de posição que ajudaram a impulsionar alguns papéis, como os da empresa de ensino Estácio Participações e da petroquímica Braskem, que dispararam 10,10 e 5,59 por cento, respectivamente.

Em Wall Street, os três principais índices acionários operaram grande parte do dia em alta, após resultados acima do esperado de Wal-Mart e Home Depot. Mas no fim da tarde, os índices passaram a cair, depois que um jogo de futebol amistoso entre a Alemanha e a Holanda, que seria realizado na cidade alemã de Hanover, foi cancelado por temor de uma ataque a bomba.

DESTAQUES

=BRADESCO fechou com a preferencial em alta de 3,73 por cento, recuperando terreno perdido em relação ao seu concorrente ITAÚ UNIBANCO, que terminou com acréscimo de apenas 0,7 por cento. Os papéis do Bradesco vêm sofrendo desde o anúncio da compra da unidade do HSBC no Brasil, e acumula no ano queda de mais de 20 por cento, ante queda de 5 por cento do Itaú. No mês, a preferencial do Bradesco acumula alta 7,23 e o Itaú tem avanço de 8,15 por cento. As ações ordinárias do Bradesco subiram 4,60 por cento na sessão.

=BRF reduziu a alta para 1,49 por cento, depois de ter subido 3,7 por cento na máxima da sessão, recuperando parte das perdas registradas desde a divulgação de seu resultado no terceiro trimestre. A alta encontrou suporte na habilitação de instalações frigoríficas brasileiras para exportação de carne de frango para o México e a China. A BRF ainda acumula queda de 15 por cento desde a divulgação do balanço, no fim de outubro.

=PETROBRAS encerrou com as ações ordinárias com acréscimo de 0,43 por cento e as preferenciais com variação positiva de 0,78 por cento, mesmo em meio à queda de cerca de 2 por cento nos preços do petróleo . A estatal disse na véspera que está concluindo negociações com agências de crédito internacionais sobre operações que somam 1,84 bilhão de dólares e representam pré-financiamentos de captações para 2016.

=VALE fechou com as preferenciais de classe A em queda de 3,44 por cento e os papéis ordinários com recuo de 3,52 por cento, diante do forte declínio dos preços do minério de ferro e com notícia de que a mineradora Samarco deverá pagar pelo menos 1 bilhão de reais após o desastre causado por rompimento de barragem de rejeitos em Minas Gerais.

O BTG Pactual manteve a recomendação "neutra" para as ações da Vale, citando o atual cenário de preços de minério, queda de demanda de aço na China, além do "barulho Samarco". A Vale detem 50 por cento do capital da Samarco.

=GERDAU METALÚRGICA despencou quase 8,73 por cento e fechou na mínima do dia, a 2,09 reais, menor cotação desde meados de 1999, pressionada pelas condições da oferta primária restrita de 500 milhões de ações. A ação saiu em torno de 1,80 real na operação, de acordo com fonte a par de detalhes da operação, bem abaixo dos 2,29 reais do fechamento da véspera.

A mesma fonte disse que a família Gerdau subscreveu cerca de 300 milhões de reais na oferta, enquanto investidores compraram em torno de 600 milhões de reais. A operação não contou com a adesão de um dos principais acionistas da Gerdau Metalúrgica, a Tarpon Investimentos, de acordo com fonte com conhecimento do assunto.

=PROFARMA, que não faz parte do Ibovespa, saltou 10,73 por cento, após a distribuidora de produtos farmacêuticos comprar os 50 por cento restantes da rede Drogarias Tamoio por 130 milhões de reais. A corretora Brasil Plural considerou a notícia "muito boa", citando que o preço pago pela Tamoio ficou abaixo do seu próprio múltiplo de negociação no mercado e significativamente inferior ao das últimas transações do setor.

Em nota a clientes, os analistas da casa citaram que a aquisição ajudará indicadores de alavancagem da Profarma.

=MAGAZINE LUIZA, que também não está no Ibovespa, avançou 5,67 por cento, após o Conselho de Administração aprovar mudanças de cargos na varejista, incluindo o de presidente-executivo, que deve ser ocupado por Frederico Trajano Inácio Rodrigues partir de 1º de janeiro de 2016.

Texto atualizado às 18h51

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