Bovespa faz 6% dos IPOs do mundo em 2013
Segundo World Federation of Exchanges, volume captado em ofertas públicas iniciais realizadas no mercado brasileiro correspondeu a 6% do volume total no mundo
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 17h15.
São Paulo - O volume captado em ofertas públicas iniciais de ações ( IPO , na sigla em inglês) realizadas no mercado brasileiro em 2013 correspondeu a 6% do volume total captado no mundo.
Segundo números da World Federation of Exchanges (WFE), entidade que reúne informações das 57 principais bolsas de valores do mundo, foram levantados US$ 134,9 bilhões em aberturas de capital até o fim de novembro.
Já no Brasil, o volume chegou, em novembro, a US$ 8,03 bilhões. Ficaram de fora das estatísticas as ofertas da Via Varejo (US$ 1,22 bilhão) e da CVC (cerca de US$ 300 milhões), realizadas em dezembro, que não chegam a mudar muito o cenário.
Entre os países emergentes do bloco chamado de BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o volume captado em IPOs até o fim de novembro foi de US$ 20,96 bilhões. O Brasil representou 38,3% desse volume.
Grandes operações
Em quantidade de operações, a bolsa brasileira realizou nove IPOs até novembro, 0,99% das 901 ofertas iniciais realizadas nas principais bolsas do mundo.
Duas grandes operações impulsionaram o volume captado no mercado brasileiro. O IPO da BB Seguridade, braço de seguros e previdência do Banco do Brasil, captou sozinho US$ 5,04 bilhões (R$ 11,47 bilhões) e figurou entre os maiores do mundo em 2013. Além disso, a oferta pública da Smiles, administradora de programas de fidelidade da Gol chegou a US$ 497,9 milhões (R$ 1,13 bilhões).
Perdendo embalo
Esses são números bem diferentes dos observados em 2007, lembra o economista-chefe da corretora do Banco Fator, Paulo Gala. Naquele ano, a Bovespa fez 10% em volume (em dólares) dos IPOs feitos no mundo. “Foi uma euforia plena”, afirma, em relatório enviado a clientes.
Segundo o economista, depois da recuperação da crise de 2008, a economia brasileira começou a dar sinais de esgotamento de seu modelo de crescimento baseado em expansão de crédito, consumo e aumento de preço de commodities. “Na margem não dá mais para expandir o crédito como antes”, observa.
Além disso, ele lembra que o endividamento das famílias brasileiras aumentou bastante e o crédito chegou a 55% do Produto Interno Bruto (PIB). “O crédito imobiliário passou de 3% para 9% do PIB”, afirma Gala. A produção industrial, de acordo com o economista, “estagnou em níveis de janeiro de 2008”. Já o crescimento econômico “minguou, e saímos de taxas anuais de 5% para menos de 2%”.
Como reflexo dessa desaceleração contínua, a lucratividade das empresas caiu bastante, explica Gala, “e as perspectivas futuras ficaram turvas”. Como resultado, a bolsa brasileira foi perdendo fôlego, até chegar aos patamares atuais. “Nesse contexto de desânimo, o volume negociado na bolsa não para de cair.”
De acordo com ele, o mercado brasileiro deve continuar nesse passo mais lento “até o próximo grande ciclo de mercado, que virá, sem dúvida”. Na opinião do economista, a melhora pode acontecer em 2015, com um novo ciclo de crescimento baseado em um câmbio “bem mais desvalorizado” e uma “grande onda” de investimentos em infraestrutura.
São Paulo - O volume captado em ofertas públicas iniciais de ações ( IPO , na sigla em inglês) realizadas no mercado brasileiro em 2013 correspondeu a 6% do volume total captado no mundo.
Segundo números da World Federation of Exchanges (WFE), entidade que reúne informações das 57 principais bolsas de valores do mundo, foram levantados US$ 134,9 bilhões em aberturas de capital até o fim de novembro.
Já no Brasil, o volume chegou, em novembro, a US$ 8,03 bilhões. Ficaram de fora das estatísticas as ofertas da Via Varejo (US$ 1,22 bilhão) e da CVC (cerca de US$ 300 milhões), realizadas em dezembro, que não chegam a mudar muito o cenário.
Entre os países emergentes do bloco chamado de BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o volume captado em IPOs até o fim de novembro foi de US$ 20,96 bilhões. O Brasil representou 38,3% desse volume.
Grandes operações
Em quantidade de operações, a bolsa brasileira realizou nove IPOs até novembro, 0,99% das 901 ofertas iniciais realizadas nas principais bolsas do mundo.
Duas grandes operações impulsionaram o volume captado no mercado brasileiro. O IPO da BB Seguridade, braço de seguros e previdência do Banco do Brasil, captou sozinho US$ 5,04 bilhões (R$ 11,47 bilhões) e figurou entre os maiores do mundo em 2013. Além disso, a oferta pública da Smiles, administradora de programas de fidelidade da Gol chegou a US$ 497,9 milhões (R$ 1,13 bilhões).
Perdendo embalo
Esses são números bem diferentes dos observados em 2007, lembra o economista-chefe da corretora do Banco Fator, Paulo Gala. Naquele ano, a Bovespa fez 10% em volume (em dólares) dos IPOs feitos no mundo. “Foi uma euforia plena”, afirma, em relatório enviado a clientes.
Segundo o economista, depois da recuperação da crise de 2008, a economia brasileira começou a dar sinais de esgotamento de seu modelo de crescimento baseado em expansão de crédito, consumo e aumento de preço de commodities. “Na margem não dá mais para expandir o crédito como antes”, observa.
Além disso, ele lembra que o endividamento das famílias brasileiras aumentou bastante e o crédito chegou a 55% do Produto Interno Bruto (PIB). “O crédito imobiliário passou de 3% para 9% do PIB”, afirma Gala. A produção industrial, de acordo com o economista, “estagnou em níveis de janeiro de 2008”. Já o crescimento econômico “minguou, e saímos de taxas anuais de 5% para menos de 2%”.
Como reflexo dessa desaceleração contínua, a lucratividade das empresas caiu bastante, explica Gala, “e as perspectivas futuras ficaram turvas”. Como resultado, a bolsa brasileira foi perdendo fôlego, até chegar aos patamares atuais. “Nesse contexto de desânimo, o volume negociado na bolsa não para de cair.”
De acordo com ele, o mercado brasileiro deve continuar nesse passo mais lento “até o próximo grande ciclo de mercado, que virá, sem dúvida”. Na opinião do economista, a melhora pode acontecer em 2015, com um novo ciclo de crescimento baseado em um câmbio “bem mais desvalorizado” e uma “grande onda” de investimentos em infraestrutura.