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Bovespa deve seguir sinal positivo do exterior

O fôlego de alta dos negócios locais é cada vez mais curto, diante da proximidade de resistências fortes entre os 59 mil e os 60 mil pontos

Uma mulher bebe café em frente à bolsa de valores BM&F&Bovespa em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

Uma mulher bebe café em frente à bolsa de valores BM&F&Bovespa em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2012 às 10h41.

São Paulo - Nesta véspera de vencimento de índice futuro e de opções sobre o Ibovespa, a Bolsa brasileira deve seguir no rastro dos mercados internacionais, onde o sinal positivo prevalece após dados econômicos europeus e norte-americanos em linha ou melhores que o esperado. Porém, o fôlego de alta dos negócios locais é cada vez mais curto, diante da proximidade de resistências fortes entre os 59 mil e os 60 mil pontos. A safra de balanços domésticos tende a aguçar o vaivém do pregão e atingir as ações das companhias, pontualmente.

Por volta das 10h05, o Ibovespa subia 0,16%, aos 59.216,76 pontos. No mesmo horário, em Nova York, o futuro do S&P 500 crescia 0,37%, acelerando os ganhos após o crescimento acima do esperado das vendas no comércio varejista dos Estados Unidos em julho, de +0,8%, de uma previsão de +0,2%. Excluindo automóveis, as vendas cresceram iguais 0,8%, de uma previsão de +0,3%.

Do lado da inflação, os preços no atacado dos EUA subiram 0,3% no mês passado ante junho, dentro do esperado, mas o núcleo do indicador subiu 0,4%, na mesma base de comparação, de uma previsão de +0,2%. Ainda na agenda econômica norte-americana, às 11 horas, saem os estoques das empresas em junho e, às 17h30, é a vez do relatório semanal do API sobre os estoques de petróleo bruto e derivados no país.

Segundo um operador da mesa de renda variável de uma corretora paulista, os números anunciados sobre a economia dos EUA potencializaram a alta já verificada nos mercados internacionais, que amanheceram animados com os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) na zona do euro e em países da região da moeda única no segundo trimestre deste ano.

Enquanto os economistas esperavam crescimento de 0,2% para o PIB alemão ao final de junho, a expansão registrada no país foi de 0,3%, em relação ao primeiro trimestre de 2012. Na França, a economia ficou estagnada, mas superou as estimativas de contração de 0,1% ante os primeiros três meses do ano. Já a zona do euro segue à beira da recessão, ao mostrar contração de 0,2% entre abril e junho, após ficar estável entre janeiro e março. Ainda no horário acima, a Bolsa de Frankfurt avançava 0,78%.

"O suspiro da atividade na Europa anima um pouco o mercado, que faz uma leitura positiva dos números", comenta o profissional citado acima, que falou sob a condição de não ser identificado. Para ele, os investidores vão às compras, realimentados pelas esperanças de estímulos econômicos por parte do Banco Central Europeu (BCE).

Por aqui, porém, esse impulso vindo do exterior tende a ser mais moderado já que a Bolsa segue próxima à regiões de forte resistência, apenas um dia antes do vencimento de índice futuro, que deve garantir uma "briga boa" entre "comprados" e "vendidos".


Segundo análise gráfica da Um Investimentos, o Ibovespa testa forças para superar a média móvel de 200 períodos (MM200), ao redor dos 59,5 mil pontos, além do nível psicológico dos 60 mil pontos, que sugere uma mudança de patamar para a renda variável brasileira. Já dados atualizados até ontem pela BM&F Bovespa mostram que os investidores estrangeiros reduziram a aposta na alta em índice futuro, ao passo que os institucionais diminuíram a estratégia de baixa no derivativo.

Ainda internamente, a temporada de balanços do segundo trimestre termina amanhã, mas hoje nada menos que 36 empresas apresentam seus resultados financeiros, a maioria depois do fechamento do mercado. Os destaques dos números já divulgados nesta manhã ficaram para Banco do Brasil e Gol, além das construtoras PDG Realty e Cyrela Realty.

O banco público divulgou lucro líquido de R$ 3 bilhões entre abril e junho de 2012, resultado que ficou 9,48% acima da média das expectativas de analistas consultados pela Agência Estado. Já a companhia aérea viu seu prejuízo líquido crescer 99%, totalizando R$ 715 milhões. O resultado foi 65% pior que a média prevista por instituições ouvidas pela AE e foi, conforme esperado, provocado pelo efeito negativo da variação cambial nos custos da empresa.

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