Bovespa absorve pânico e fecha em baixa de 0,24%
São Paulo - O pânico que tomou conta das Bolsas internacionais hoje teve efeito também na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mas apenas no período da manhã. O índice Bovespa (Ibovespa) chegou a cair mais de 2,5% logo após a abertura, reagindo ao tombo das bolsas japonesa e europeias. No período da tarde, […]
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2011 às 17h53.
São Paulo - O pânico que tomou conta das Bolsas internacionais hoje teve efeito também na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mas apenas no período da manhã. O índice Bovespa (Ibovespa) chegou a cair mais de 2,5% logo após a abertura, reagindo ao tombo das bolsas japonesa e europeias. No período da tarde, entretanto, o Ibovespa foi exibindo visível melhora e se aproximou de zerar as perdas, com os investidores se posicionando em ações defensivas e voltadas ao mercado doméstico.
A Bovespa terminou o pregão em queda de 0,24%, aos 67.005,22 pontos. Na mínima, registrou 65.463 pontos (-2,54%) e, na máxima, operou estável, aos 67.168 pontos. Com o resultado de hoje, o desempenho acumulado em março está negativo em 0,56%. Em 2011, a Bolsa cai 3,32%. O giro financeiro totalizou R$ 7,464 bilhões. Os dados são preliminares.
Os especialistas consultados não apresentaram uma única e taxativa justificativa para o melhor desempenho da Bovespa, mas explicaram que o Brasil tem pequena exposição ao Japão e apresenta bons fundamentos. Mesmo com o movimento de aversão ao risco, os investidores acabaram se posicionando em ações defensivas e também naquelas voltadas ao mercado doméstico, como consumo. Por outro lado, os papéis ligados a commodities recuaram, diante da perspectiva de menor demanda global.
Petrobras ON caiu 0,99%, PN, 0,85%; Vale ON perdeu 1,79% e PNA, 1,67%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato do petróleo para abril desabou 3,96%, para US$ 97,18.
Também despencou a Bolsa de Tóquio, que fechou em queda de 10,55%, aos 8.605,15 pontos, o menor nível desde 28 de abril de 2009. Os investidores entraram em pânico após a terceira explosão no complexo de Fukushima, que gerou um alto nível de radiação nas proximidades da usina. Também foi detectado um nível anormal de radioatividade em Tóquio, localizada a 250 quilômetros do local do acidente. Para piorar a já delicada situação, o país foi atingido por mais um terremoto hoje, de 6 graus, causando falhas de energia na região da cidade de Fujinomiya e em Shizuoka. O país está praticamente paralisado, sem nenhuma atividade econômica.
As bolsas europeias desabaram, mas as norte-americanas melhoraram depois do resultado do encontro do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que manteve intacta sua política de afrouxamento monetário e apontou um quadro modestamente melhor no mercado de emprego dos EUA em seu comunicado. O índice Dow Jones terminou em queda de 1,15%, o S&P recuou 1,12% e o Nasdaq perdeu 1,25%.