Por Olívia Bulla

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu o dia em alta, em reação às recentes notícias favoráveis em relação à Europa. Porém, ainda que Portugal tenha obtido êxito em seu leilão de bônus, os investidores seguem atentos às ofertas de títulos a serem feitas amanhã por Espanha e Itália. A agenda econômica norte-americana deve reforçar o sentimento positivo. Às 11h06 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) subia 0,87%, aos 71.037 pontos.

O grande evento do dia já ocorreu e contribuiu para manter o apetite por ativos de risco ao redor do mundo. Portugal conseguiu vender 1,249 bilhão de euros em bônus do governo, em leilão realizado pela manhã - praticamente todo o volume pretendido, que era de até 1,25 bilhão de euros. O yield (retorno ao investidor) veio abaixo de 7%, o que também foi positivo, já que analistas afirmavam que uma taxa acima desse nível tornaria mais provável um socorro ao país.

"Aparentemente, a operação foi um sucesso e a correlação de Portugal com a Espanha retirou as preocupações sobre a demanda e o custo nos próximos leilões e ainda trouxe confiança sobre a recuperação da zona do euro", comenta o economista da Legan Asset, Fausto Gouveia. Segundo ele, esse é o principal fator a orientar os negócios hoje.

Nos Estados Unidos, o destaque vai para a divulgação do Livro Bege, às 17 horas, sendo que o documento deve reforçar as perspectivas mais favoráveis sobre a economia norte-americana. No mesmo horário, o Tesouro divulga o resultado das contas do governo em dezembro. Antes, às 11h30 (horário de Brasília), será divulgado o índice de preços das importações e, às 13h30, é a vez do relatório semanal sobre estoques de petróleo bruto e derivados no país.

No Brasil, enquanto persistem as apreensões quanto a novas medidas para controlar o ingresso de capital estrangeiro e um eventual ciclo de alta dos juros básicos brasileiros, o noticiário corporativo segue ditando as mesas de operações. Cesp e BM&FBovespa devem continuar reagindo a rumores sobre a federalização e o aumento da concorrência, respectivamente, ao mesmo tempo em que a Petrobras tem nos números recordes de vendas de gasolina e querosene de aviação (QAV) em dezembro novos motivos para subir.