Pregão da Bovespa (Divulgação/BM&FBovespa)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2012 às 10h49.
São Paulo - Depois do tombo da véspera, a Bovespa adota um comportamento lateral nesta quarta-feira, em linha com a hesitação dos mercados no exterior, mas com ligeira propensão para o campo positivo. As atenções dos investidores estão voltadas para a condução de política monetária, no Brasil e nos Estados Unidos, diante dos sinais cada vez mais frágeis da economia global. Após abrir em alta, o Ibovespa virou por volta de 10h20 e, às 10h33, cedia 0,23%, aos 53.582,31 pontos.
Fontes consultadas pela Agência Estado não formam um consenso sobre se houve certo "exagero" das perdas aceleradas da Bolsa no pregão de ontem (-3,05%). Um profissional, que falou sob a condição de não ser identificado, lembra que a renda variável brasileira vinha em uma sequência de cinco altas seguidas, com ganho de 7% no período.
E, com a queda da última sexta-feira e de terça-feira ainda ficou um "trocado", diz, referindo-se à valorização residual de 2% remanescente ao final desses dias.
O fato é que os mercados financeiros globais estão cautelosos diante das incertezas trazidas pela desaceleração econômica ao redor do mundo e com os desdobramentos da crise das dívidas soberanas na zona do euro. Por isso, os investidores assumem risco para, em seguida, desfazer essas posições.
Com isso, as atenções se voltam para a possibilidade de novas ações por parte dos bancos centrais. O Federal Reserve publica, às 15h, a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), quando decidiu prorrogar a Operação Twist até o fim do ano. As dúvidas, agora, são se a autoridade monetária estaria também considerando estímulos adicionais, via outras ferramentas, para recolocar a economia norte-americana nos trilhos.
No Brasil, o mercado futuro do juros passou a apostar em um ciclo mais longo de queda da taxa Selic, que hoje deve recuar para o mínimo histórico de 8,00% ao ano. Um corte adicional de 0,50 ponto porcentual em agosto pode não ser o último, já que os esforços do governo brasileiro para salvar o PIB de 2012 de um resultado mais fraco que o obtido em 2011 ainda não surtem efeitos.
Isso pode ser corroborado pelos números decepcionantes das vendas do comércio varejista em maio. A queda de 0,8% do setor em maio ante abril foi o pior resultado desde novembro de 2008 e situou abaixo do piso do intervalo das estimativas coletadas pelo AE Projeções. Em base anual, a alta de 8,2% nas vendas do varejo também ficou aquém do esperado, reforçando os motivos para que o BC incentive, ainda mais, a demanda doméstica, ainda que sob o risco de a inflação corroer o poder de compra do consumidor no futuro.