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Bolsas europeias fecham em queda por temores em relação à Itália

Bolsa de Milão fechou em queda de 3,78% e puxou os resultados ruins que atingiram todo o continente

Além dos resultados ruins das bolsas, os juros italianos também dispararam (Bolsa de Frankfurt)

Além dos resultados ruins das bolsas, os juros italianos também dispararam (Bolsa de Frankfurt)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 14h24.

As principais bolsas europeias fecharam em queda nesta quarta-feira, como o mercado tenso em relação à instabilidade política na Itália, mesmo após o anúncio de renúncia do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, que deve acontecer assim que o Parlamento aprovar as medidas de austeridade exigidas pela Eurozona.

A taxa de juros italiana, por sua vez, superou o preocupante patamar de 7% nesta sessão, indicando forte insegurança do mercado.

Depois de uma abertura em alta, os mercados europeus voltaram ao terreno negativo, no qual permanecerão até o final da sessão.

O destaque da baixa foi a Bolsa de Milão, que recuou 3,78% ao término da sessão. Frankfurt perdeu 2,21%, Paris -2,17%, Madri -2,09%, Londres perdeu 1,92% e Atenas fechou em queda de 1,61%.

Já as bolsas asiáticas comemoraram o anúncio oficial da renúncia de Berlusconi até o final do mês e a adoção pelo Parlamento de uma série de medidas orçamentais e reformas econômicas prometidas à União Europeia (UE). Tóquio fechou em alta de 1,15%, Hong Kong subiu 1,71% e Seul 0,23%.

Neste contexto incerto, a taxa de juros italiana para 10 anos chegou a 7,16%, em relação aos 6,76% da véspera. Ontem, era esperado que a renúncia de Berlusconi devolvesse a credibilidade à Itália no mercado da dívida.

"Embora Berlusconi tenha prometido renunciar após a aprovação das medidas de austeridade no parlamento, o mercado de juros provavelmente reage à possibilidade de um governo de coalizão dividido no poder, o que só vai piorar a situação fiscal da Itália", afirmou Kathleen Brooks, analista da Forex.com.

De acordo com especialistas, esta taxa de juros é insustentável a médio e longo prazo, dado o tamanho colossal da dívida italiana (1,9 trilhão de euros). Uma primeira emissão de títulos da dívida é prevista para quinta-feira e servirá como prova para a economia italiana.

O alto rendimento dos títulos foi o que obrigou a Grécia, Irlanda e Portugal a pedirem ajuda da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os mercados também foram afetados pela lentidão das negociações na Grécia. Georges Papandreou e o líder da oposição conservadora, Antonis Samaras, parecem que finalmente chegaram a um acordo quanto a formação do novo governo de coalizão.

Todos estes fatores afetaram o euro, que caiu em relação à moeda americana. Até às 12H30 GMT (10H30 de Brasília), a moeda europeia valia 1,3627 dólar, ontem à noite era equivalente a 1,3836 dólar.

Diante da crise da dívida europeia e da ameaça de recessão que paira sobre as economias industrializadas, a nova diretora geral do FMI, Christine Lagarde, alertou nesta quarta-feira em Pequim sobre o "risco de uma espiral da instabilidade financeira mundial, caso todos os países não atuem de forma conjunta".

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