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Bolsas europeias fecham em alta

Por Álvaro Campos Londres - As Bolsas europeias fecharam em forte alta, com os mercados na Alemanha e no Reino Unido atingindo máximas de dois anos. Os investidores reagiram à decisão do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês), que ontem à tarde anunciou que vai comprar US$ 600 bilhões […]

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2010 às 15h02.

Por Álvaro Campos

Londres - As Bolsas europeias fecharam em forte alta, com os mercados na Alemanha e no Reino Unido atingindo máximas de dois anos. Os investidores reagiram à decisão do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês), que ontem à tarde anunciou que vai comprar US$ 600 bilhões em títulos do governo dos EUA nos próximos oito meses. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 4,32 pontos (1,62%), a 270,83 pontos, o maior nível desde abril.

O índice de atividade dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro caiu para a mínima em oito meses em outubro, a 53,8, mas ficou acima da expectativa dos analistas, de 53,4, o mesmo nível da leitura preliminar. Já o índice de preços ao produtor (PPI) aumentou 0,3% em setembro ante agosto, e 4,2% em relação a setembro do ano passado. O Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra mantiveram suas políticas monetárias inalteradas, como era esperado pelo mercado.

Ontem, o Fed disse que vai adotar um novo programa de compra de bônus para impulsionar a economia norte-americana. "Se alguém quiser ser negativo e considerar essas medidas de afrouxamento quantitativo simplesmente como uma forma de recolocar a inflação de volta na equação da economia, eu rebato afirmando que elas devem ser vistas como um sinal para comprar commodities e ações cíclicas", comentou Stephen Pope, sócio da Spotlight Ideas. Ele acrescentou que a reação nos mercados europeus pode ser de curta duração, já que boa parte da decisão do Fed já tinha sido precificada pelo mercado. Mesmo assim, "os lucros das empresas europeias têm sido bons, e eu não hesito em indicar ações de grandes empresas ligadas à exportação", explicou.

O índice FTSE-100, da Bolsa de Londres, ganhou 113,82 pontos (1,98%) e fechou a 5.862,79 pontos, a nova máxima do ano e o maior nível desde meados de 2008. "Dados positivos do payroll (nível de emprego dos EUA, que será divulgado amanhã) significam que mais pessoas têm dinheiro no bolso para gastar durante a temporada de festas de fim de ano, o que pode elevar o FTSE para a próxima barreira psicológica, a 6 mil pontos", comentou a Spreadex.

Os papéis da Unilever subiram 6,30% hoje, depois de a terceira maior fabricante de produtos cosméticos do mundo anunciar um salto em seu lucro líquido. A companhia anglo-holandesa disse que obteve lucro de 1,3 bilhão de euros no terceiro trimestre, 21% superior ao mesmo período do ano passado. A Invensys, que também divulgou balanço, ganhou 4,67%. As mineradoras tiveram um forte desempenho (Antofagasta +5,52%, Kazakhmys +6,79%, Rio Tinto +4,79% e Xstrata +7,05%).

A BHP Billiton teve valorização de 6,58%. Hoje o governo do Canadá rejeitou a proposta de US$ 38,6 bilhões da mineradora pela fabricante de fertilizantes Potash Corp, mas concedeu mais 30 dias para que a BHP tente obter aprovação para sua oferta. O fundo de hedge Man Group PLC subiu 14,62%, após afirmar que os ativos que gerencia somavam US$ 40,5 bilhões no fim de setembro, quase US$ 1 bilhão acima do estimado anteriormente.

Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX-30 fechou com ganho de 116,89 pontos (1,77%), a 6.734,89 pontos. As ações da BMW tiveram um dos melhores desempenhos da sessão, com valorização de 4,73%, após a empresa ter seu preço-alvo elevado por diversos analistas. A empresa de tecnologia Infineon subiu 3,81%, impulsionada pelo resultado de outras companhias do setor. A fabricante de cimento Heidelberg teve alta de 8,90%, após divulgar um lucro de 322 milhões de euros no terceiro trimestre. Outras empresas que divulgaram resultados hoje não foram tão bem (Deutsche Telekom -1,72%, Adidas -3,32% e Beiersdorf -1,85%).

O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, avançou 73,84 pontos (1,92%), fechando a 3.916,78 pontos. Ações cíclicas foram beneficiadas por esperanças de projeções melhores de crescimento (Lafarge +5,73%, Saint-Gobain +4,36% e Vinci +2,93%). Já as empresas financeiras foram impulsionadas pela decisão do Fed (AXA +2,83%, Crédit Agricole +4,88% e Société Générale +4,50%). O BNP Paribas, que divulgou um aumento de 46% em seu lucro líquido do terceiro trimestre, avançou 3,66%. A EADS caiu 4,05%, após confirmar uma falha no motor do seu super jumbo A380 pertencente a Qantas Airways, que fez um pouso de emergência em Cingapura hoje.

Na Bolsa de Madri, o índice Ibex-35 fechou em alta de 33,30 pontos (0,32%), a 10.602,80 pontos. O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, teve ganho de 288,38 pontos (1,36%), a 21.469,19 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 fechou com queda de 35,27 pontos (0,44%), a 8.039,38 pontos. As informações são da Dow Jones.

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