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Bolsas europeias caem com tensão grega

Quedas mais notáveis no setor financeiro hoje foram: BBVA (-3,7%), do Credit Agricole (-2,4%), Natixis (-2,7%) e Piraeus (-2,2%)

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

As Bolsas da Europa fecharam em queda em um dia de volatilidade alimentada pelos persistentes temores entre os investidores do alastramento da crise fiscal da Grécia entre outros países da zona do euro.Os investidores temem que a crise na Grécia esteja "apenas no início" e que os efeitos se reproduzam agora em outros países da região que têm elevados déficits orçamentários e baixo crescimento.

As ações dos bancos continuaram sob pressão depois de a agência de classificação de risco de crédito Moody''s ter advertido sobre a possibilidade de um corte do rating de Portugal. Alguns papéis, no entanto, descolaram-se do quadro de queda generalizada graças a resultados financeiros recebidos positivamente pelo mercado.

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As quedas mais notáveis no setor financeiro no pregão de hoje foram as do espanhol BBVA (-3,7%), do Credit Agricole (-2,4%), Natixis (-2,7%) e Piraeus (-2,2%). O Credit Agricole controla o banco grego Emporiki.

"A zona do euro não nasceu da economia, mas da política. A tomada de decisões é política e não segue regras de mercado. A demora para se apresentar uma solução para o problema da Grécia torna-o maior", observou Daan Potjer, gerente de fundos do Aethra Asset Management em Amsterdã. "Por essa razão, as pessoas estão agora bastante ansiosas e o sentimento é bem negativo", prosseguiu.

Depois de ter alcançado 254,29 pontos durante a sessão, o índice pan-europeu Stoxx 600 cedeu e fechou em queda de 1%, em 250,55 pontos. O índice composto ASE, da bolsa de Atenas, caiu 3,92%, fechando em 1.662,10 pontos.

Na capital grega, a violência tomou conta dos protestos contra as medidas de austeridade aprovadas pelo governo em troca de um pacote de ajuda financeira de 110 bilhões de euros oferecido pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Há relatos de que três pessoas teriam sido encontradas mortas em Atenas dentro de um banco incendiado por manifestantes.


Em Lisboa, o índice PSI-20 cedeu 1,5%, fechando em 6.990,22 pontos depois de a Moody''s ter colocado em revisão o rating Aa2 dos bancos do governo para possível rebaixamento. Em Madri, o índice Ibex-35 caiu 2,27%, encerrando o pregão em 9.635,20 pontos.

"Pelo fato de as pessoas estarem nervosas e não saberem o que está se passando, diversos níveis de "stop loss" (nível máximo de perdas aceitas por um investidor) foram atingidos, todos estão se desfazendo de papéis e encontram dificuldade para arrumar compradores. É uma receita para acontecer o que estamos observando", disse Potjer.

Entre os principais índices acionários da Europa, o Dax, em Frankfurt, perdeu 48,41 pontos, ou 0,81%, fechando em 5.958,45 pontos; o FTSE-100, da bolsa de Londres, recuou 69,18 pontos, ou 1,28%, encerrando a sessão em 5.341,93 pontos; o CAC-40, em Paris, caiu 53,26 pontos, ou 1,44%, terminando o pregão em 3.636,03 pontos.

Apesar das quedas generalizadas nas bolsas, as perdas foram contidas por alguns resultados financeiros bem recebidos pelo mercado. As ações da cervejaria Anheuser-Busch Inbev subiram 2,3%. O lucro líquido da companhia no primeiro trimestre caiu 34%, para 475 milhões, mas a receita passou de US$ 8,19 bilhões para US$ 8,3 bilhões. A perspectiva da cervejaria para 2010 permaneceu inalterada.

As ações do Société Générale caíram 0,8%. Apesar da queda, a performance foi melhor do que a média do mercado francês. O banco passou de prejuízo de ? 278 milhões para lucro de ? 1,06 bilhão no primeiro trimestre do ano.

Os papéis da BMW subiram 0,4%, também melhor do que o restante do mercado alemão, depois de a fabricante de automóveis ter saído de prejuízo de ? 152 milhões para lucro de ? 324 milhões no primeiro trimestre de 2010. As vendas da montadora aumentaram 8,1%, para ? 12,4 bilhões.

Também na contramão dos mercados europeus, as ações da British Petroleum subiram 1,2% em um momento no qual a companhia busca conter um grande vazamento de petróleo no Golfo do México. As informações são da Dow Jones.


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