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Bolsas de NY reagem negativamente à fala do Fed

Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em queda hoje em meio a dúvidas sobre se as medidas anunciadas hoje pelo Federal Reserve serão suficientemente eficazes para estimular a economia do país. O Dow Jones caiu 283,82 pontos, ou 2,49%, para 11.124,84 pontos, perto da mínima, de 11.117,28 […]

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2011 às 21h49.

Nova York - Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em queda hoje em meio a dúvidas sobre se as medidas anunciadas hoje pelo Federal Reserve serão suficientemente eficazes para estimular a economia do país. O Dow Jones caiu 283,82 pontos, ou 2,49%, para 11.124,84 pontos, perto da mínima, de 11.117,28 pontos. O Nasdaq perdeu 52,05 pontos, ou 2,01%, para 2.538,19 pontos, igualmente perto da mínima da sessão, que foi de 2.537,46 pontos. O S&P 500 teve declínio de 35,33 pontos, ou 2,94%, para 1.166,76 pontos - apenas 0,55 ponto acima da mínima intraday.

As bolsas acentuaram as perdas depois de o Federal Reserve anunciar que, até o final de 2012, vai trocar os Treasuries de curto prazo que possui em carteira por bônus de prazo mais longo da dívida soberana dos Estados Unidos. A medida, apelidada de "Operação Twist" e que envolverá a substituição de até US$ 400 bilhões em títulos, é uma tentativa de diminuir as taxas de juros no longo prazo e, dessa forma, estimular o consumo e o investimento.

O mercado já esperava que o Fed adotasse esse tipo de política, mas boa parte dos investidores ainda duvida que a Operação Twist efetivamente dará fôlego à economia norte-americana. O ceticismo em relação à medida estava presente até mesmo no comitê de política monetária do banco central dos EUA - três dos dez membros atuais discordaram da decisão.

"A Operação Twist equivale a um picolé quando você está com dor de garganta - ele faz você se sentir melhor, mas não cura a doença. A doença é a confiança, não o preço da liquidez", disse Ron Florance, diretor-gerente de estratégia de investimentos do Wells Fargo Private Bank.

"O Fed tem sido tão acomodatício quanto é possível, agora é a vez do outro lado adotar uma política fiscal prudente e de longo prazo. As pessoas agora estão esperando pelo supercomitê do orçamento." Para David Kelly, estrategista-chefe de mercado do JPMorgan Funds, a Operação Twist já foi empregada na década de 1960. "Não deu certo naquela época e não vai funcionar agora. As pessoas estão gradualmente compreendendo que quando as taxas de juro estão perto de zero, não há muita coisa que o Federal Reserve possa fazer. A melhor opção para o crescimento econômico não virá de nada que Washington fizer", acrescentou.

Ainda assim, alguns investidores acham que a decisão do Fed pode, a médio prazo, ao menos injetar confiança. "Não acho que a decisão altere o curso do mercado, mas ela remove a incerteza sobre o que será feito", disse Gene Peroni, gerente de carteiras da Advisors Asset Management. "Qualquer coisa que seja extinta em termos de incerteza será positivo para o mercado, então mesmo que recuemos agora, acho que encontraremos um piso."

"O impacto na economia real pode não ser grande, mas se olharmos pela perspectiva dos investimentos, o Fed está forçando o mercado a alocar mais dinheiro em ações e em ativos de risco, o que é uma coisa boa", disse Robert MacDonald, gerente de portfólios da Thornburg Investment Management. "Qualquer estímulo é positivo. É preciso mais." O Fed também divulgou que vai reinvestir o dinheiro obtido com títulos ligados a hipotecas em papéis desse tipo.

Entre os destaques da sessão, a Caterpillar caiu 5,14% depois de divulgar um aumento moderado nas vendas em boa parte do mundo. Na América do Norte, as vendas da companhia cresceram 30% em agosto na comparação com igual mês de 2010. Em junho, esse número havia aumentado 50%.

No setor financeiro, a Moody's rebaixou os ratings de longo e de curto prazo do Bank of America, que fechou em baixa de 7,54%. A agência também reduziu a nota de longo prazo do Wells Fargo, cujas ações perderam 3,89%, e a de curto prazo do Citigroup, que teve queda de 5,24%. Segundo a Moody's, esses bancos têm menos chances de serem socorridos pelo governo atualmente se ficarem perto da falência.

Entre as empresas de tecnologia, a Hewlett-Packard (HP) subiu 6,63% em meio a notícias de que o conselho de administração da companhia está procurando um sucessor para o executivo-chefe, Leo Apotheker. A Oracle, que ontem anunciou um resultado financeiro mais forte que o previsto para o primeiro trimestre fiscal, avançou 4,02%. As informações são da Dow Jones.

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